O presidente Michel Temer (MDB), afirmou na manhã desta quinta-feira (29) que é preciso torcer pelo "sucesso do governo Bolsonaro, porque o sucesso do governo dele é o sucesso do Brasil". A declaração foi dada em cerimônia no Palácio do Planalto em que o presidente anunciou a data do leilão de 12 aeroportos da 5ª rodada de licitação e o lançamento do edital de construção da Ferrovia Norte-Sul: 15 de março de 2019.
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Temer aproveitou que as licitações serão feitas já durante o governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), e afirmou que o Brasil cultiva o mau hábito de querer destruir realizações de gestões anteriores. "Tudo isso [editais] não será desfrutado pelo nosso governo. Nós estamos preparando o futuro. Isso ficará para o próximo governo. Vocês sabem que nós temos o mau hábito de assim que o governo assume, ele quer destruir tudo aquilo que o governo anterior fez", afirmou.
Além disso, o atual presidente também afirmou querer deixar "esta marca do exemplo para as gerações futuras, para a cultura política do país. Esta será a linha a ser seguida. Nós temos que torcer pelo sucesso do governo Bolsonaro, porque o sucesso dele é o sucesso do Brasil", disse Temer que, no entanto, foi criticado pelo presidente eleito em entrevista coletiva concedida na última quarta-feira (27).
Na ocasião, Bolsonaro foi questionado sobre o aumento de 16,38% concedido aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e ao cargo de Procuradora-Geral da República (PGR) que, na prática, eleva o teto de salários do funcionalismo público e que foi aprovado pela Câmara e, recentemente, pelo Senado , antes de ser sancionado pelo próprio Temer na última terça-feira (26).
Sobre o aumento do STF , o presidente eleito respondeu: "pergunta para o Temer! Ele que sancionou", antes de jornalistas insistirem na pergunta, dizendo que era Bolsonaro quem arcaria com as despesas extras em sua gestão e "pagará a conta" que pode chegar a R$ 4 bilhões por conta do efeito cascata, quando ele retrucou dizendo que "toda a população vai pagar a conta, não só eu", para depois afirmar que sua responsabilidade em relação ao assunto só iniciará no dia 1º de janeiro de 2019, quando assume a Presidência da República.
Anteriormente, porém, Bolsonaro chegou a dizer que o presidente Michel Temer "sabe o que fazer" em relação ao reajuste dos salários dos minsitros do STF e do cargo de Procurador-Geral da República (PGR), depois de já ter dito que, se ele fosse presidente da República, vetaria o reajuste .
Na mesma época, Bolsonaro também lembrou que Temer tinha prazo para definir a questão e admitiu que o tema era motivo de preocupação do governo eleito, mas que não faria qualquer tipo de apelo ao atual presidente. "Está nas mãos do Temer. É motivo de preocupação, já estamos com um déficit enorme para o ano que vem e é mais um probl;ema que a gente vai ter. Ele [Temer] sabe, é uma pessoa responsável, não precisa de apelo, ele sabe o que tem que fazer, se vai fazer, compete a ele", disse o futuro presidente sobre o atual.
Temer também comenta formação ministerial de Bolsonaro e se vangloria
Com índices de rejeição recorde e alvo de processos e investigações pelas quais terá que responder a partir de janeiro, em primeira instância, quando perderá o foro privilegiado, o presidente Michel Temer também aproveitou a cerimônia para fazer uma rápida avaliação de seu governo e se vangloriar das escolhas que fez para compor sua equipe ministerial.
Temer fez questão de "mencionar o excepcional trabalho feito pelos nossos ministros. Por todos aqueles que passaram pelo nosso governo. E, aliás, tão bem sucedido foi que, a essa altura, já contei, mais de nove dos nossos ministros já foram aproveitados, seja no governo federal, seja nos governos estaduais, e fora os ministros, aqueles que auxiliaram nossos ministros. Todos estão sendo aproveitados. Gente do governo, aproveitado no próximo governo", afirmou.
O atual presidente se referia aos ministros da Ciência, Tecnologia e Comunicações, Gilberto Kassab , além dos atuais ministros da Cultura, Sérgio Sá Leitão, e da Educação, Rossieli Soares , que assumirão, respectivamente, as secretarias estaduais da Casa Civil, de cultura e de educação na gestão do governador eleito de São Paulo, João Dória.
Além destes, o atual ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra (MDB), que foi confirmado como futuro ministro da Cidadania no governo Bolsonaro , além de Wagner de Campos Rosário, atual ministro da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU) , que será mantido no cargo na gestão Bolsonaro.
Fora eles, pelo menos outros três nomes que não faziam parte da equipe ministerial de Temer, mas que ocupavam cargos importantes dentro de suas respectivas pastas em alguma momento da gestão do atual presidente, assumirão ministérios no governo Bolsonaro:
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Gustavo Henrique Rigodanzo Canuto
, ex-secretário-geral do Ministério da Integração Nacional assumirá o futuro novo Ministério do Desenvolvimento Regional (pasta que vai reunir tanto a Integração Nacional quanto o Ministério das Cidades);
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Carlos Alberto dos Santos Cruz
,
ex-
chefe da Secretaria Nacional de Segurança Pública durante parte da gestão do presidente Michel Temer, na qual se dedicou ao debate da crise de segurança pública no estado do Rio de Janeiro, antes de deixar o cargo, já em 2018, para se tornar consultor da ONU. E que agora, volta a ocupar uma função pública no Brasil, como
ministro-chefe da Secretaria de Goberno d
o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL)
; além de
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Tarcísio Gomes de Freitas
, coordenador de projetos do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) do governo federal sob a gestão de Temer que será Ministro da Infraestrutura (que vai reunir os ministérios das Comunicações e dos Transportes) e continuará, inclusive, tocando os editais dos 12 aeroportos administrados pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e da ferrovia Norte-Sul, aprovado na terça-feira (27) pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e marcada para 15 de março de 2019, nesta quinta-feira (29) pelo próprio presidente Michel Temer
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