O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), anunciou na manhã desta segunda-feira (26) que o general Carlos Alberto dos Santos Cruz vai liderar a Secretaria de Governo, pasta que tem status de ministério na atual configuração ministerial do presidente Michel Temer. O anúncio foi feito pelo Twitter oficial de Bolsonaro, como já se tornou tradicional.
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Confirmado como ministro pela assessoria de Bolsonaro, Carlos Alberto dos Santos Cruz é o 13º nome indicado por Bolsonaro
e o quarto de origem militar. Antes dele, o general Augusto Heleno já foi anunciado como ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o tenente-coronel e astronauta Marcos Pontes foi escolhido para chefiar o Ministério da Ciência e Tecnologia e o general Fernando Azevedo e Silva foi nomeado futuro ministro da Defesa.
Santos Cruz vai suceder o atual ministro Carlos Marun na pasta da Secretaria de Governo que fica instalada no próprio Palácio do Planalto e cuida, entre outras atribuições, da articulação do governo com o Congresso. Dessa forma, este é o segundo militar que deverá estar bem próximo do gabinete do futuro presidente, já que a GSI também fica instalada no Palácio.
O mais novo indicado de Bolsonaro tem participado das reuniões do governo de transição no gabinete improvisado no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, desde o começo. Seus principais compromissos foram com embaixadores por conta de sua experiência internacional, mas ele era cotado para integrar a equipe do futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro, como secretário federal de Segurança Pública.
Caso Bolsonaro optasse por manter a pasta com status de ministério, o general Santos Cruz poderia até ser nomeado ministro da Segurança Pública, mas com sua nomeação para ocupar o cargo de ministro-chefe da Secretaria de Governo, aumenta a tendência de que Moro acumule as duas funções. Em fevereiro, ele declarou que "como ministério ou como secretaria, a segurança pública tem que funcionar. O mais importante é o funcionamento. O mais importante não é a troca de nome ou a troca de status, o mais importante é o funcionamento".
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Santos Cruz é o 13º indicado de Bolsonaro para primeiro escalão do governo
Gaúcho, com 66 anos, Carlos Alberto dos Santos Cruz é formado em Engenharia Civil pela Pontífica Universidade Católica de Campinas (PUC-Camp), iniciou sua carreira militar em março de 1968 e chegou ao cargo de general de divisão em março de 2009.
Neste período, o militar comandou missões de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti (entre 2007 e 2009), onde liderou uma tropa de 12 mil militares, e na República Democrática do Congo (entre 2013 e 2015), onde coordenou cerca de 23,7 mil militares de 20 países diferentes, e foi adido militar junto à Embaixada do Brasil em Moscou (entre 2001 e 2003), além de ter atuado como conselheiro do Banco Mundial para a elaboração do Relatório de Desenvolvimento Mundial em 2011.
Depois disso, Santos Cruz chegou a ser nomeado chefe da Secretaria Nacional de Segurança Pública durante parte da gestão do presidente Michel Temer, na qual se dedicou ao debate da crise de segurança pública no estado do Rio de Janeiro, antes de deixar o cargo, já em 2018, para se tornar consultor da ONU. Agora, ele volta a ocupar uma função pública no Brasil, como integrante do primeiro escalão do futuro governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).
Dessa forma, com a Secretaria de Governo confirmada como ministério, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz passa a ser o 13º integrante da equipe ministerial do futuro governo Bolsonaro. Confira a lista completa:
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Onyx Lorenzoni
, para o Ministério da Casa Civil;
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Paulo Guedes
, para o Ministério da Economia;
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Augusto Heleno
, para o Gabinete de Segurança Institucional;
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Marcos Pontes
, para o Ministério da Ciência e Tecnologia;
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Sérgio Moro
, para o Ministério da Justiça e da Segurança Pública;
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Tereza Cristina
, para o Ministério da Agricultura;
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Fernando Azevedo e Silva
, para o Ministério da Defesa;
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Ernesto Araújo
, para o Ministério das Relações Exteriores;
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Wagner Rosário
, para a Controladoria-Geral da União;
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Luiz Henrique Mandetta
, para o Ministério da Saúde;
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Gustavo Bebianno
, para a Secretaria-Geral da Presidência da República;
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Ricardo Vélez Rodríguez
, para o Ministério da Educação; e agora
- Carlos Alberto Santos Cruz, para a Secretaria de Governo;
Bolsonaro também anunciou o nome do advogado André Luis de Almeida Mendonça como chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República , mas ainda não definiu se a pasta terá status de ministério.
Na véspera, neste domingo (25), o presidente eleito declarou que pretende fechar a equipe ministerial até o fim do mês . Depois de prometer reduzir dos atuais 29 ministérios para "algo em torno de 15", Bolsonaro já definiu 13 nomes que vão ocupar as pastas federais, mas ainda não anunciou nomes que vão chefiar áreas importantes como a da Infraestrutura, do Meio Ambiente e da provável nova pasta da Cidadania, que deve englobar os atuais ministérios da Cultura, do Desenvovimento Social e dos Direitos Humanos, .
Para acabar com a espera e permitir que os futuros indicados tenham tempo para estudar suas áreas junto ao restante da equipe de transição e cumprir a meta de Bolsonaro de definir quais serão as prioridades de cada área no início do novo governo, o presidente eleito projetou anunciar todos os nomes e o novo desenho das pastas ministeriais nos próximos dias, reforçando uma declaração do ministro extraordinário de transição e futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, de que as definições devem ocorrer até o final do mês.
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"Os nomes que aparecem têm que estudar. Espero até o final do mês estar resolvida essa questão dos ministérios", afirmou Bolsonaro rapidamente.