Tarcísio Gomes de Freitas é o novo ministro da Infraestrutura
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Tarcísio Gomes de Freitas é o novo ministro da Infraestrutura

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), anunciou na tarde desta terça-feira (27) que o engenheiro Tarcísio Gomes de Freitas irá assumir o comando do futuro novo Ministério da Infraestrutura. O anúncio foi feito pela conta oficial de Bolsonaro no Twitter, como ele fez com a maioria das demais indicações.

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No comunicado, Bolsonaro ressaltou que o futuro novo ministro é formado pelo Instituto Militar de Engenharia (IME), Consultor Legislativo da Câmara Federal e ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Dessa forma, a equipe ministerial do futuro governo agora já conta com 14 integrantes, sendo que este é o quarto nome de origem militar a compor a equipe ministerial.

Antes dele, o general Augusto Heleno já foi anunciado como ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o tenente-coronel e astronauta Marcos Pontes foi escolhido para chefiar o Ministério da Ciência e Tecnologia, o general Fernando Azevedo e Silva foi nomeado futuro ministro da Defesa e o general Carlos Alberto dos Santos Cruz foi escolhido para liderar a Secretaria de Governo.

O desenho do novo ministério ainda não foi definido, ou pelo menos anunciado, mas a nova pasta que ficará sob o comando de Tarcísio Gomes de Freitas deverá englobar o atual Ministério dos Transportes.

Esta, no entanto, não será a primeira vez que o Ministério da Infraestrutura será criado. Ele já existiu sob o comando do então presidente Fernando Collor de Mello, mas foi posteriormente desativado pelo seu sucesso, Itamar Franco. Na ocasião, Collor uniu os ministérios de Minas e Energia, das Comunicações e dos Transportes. No futuro governo Bolsonaro, porém, a pasta das Minas e Energia não deverá ficar sob o mesmo comando.

Após o anúncio, o presidente eleito deu uma entrevista à imprensa ao lado de Gomes de Freitas na sede do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, onde está funcionando o gabinete de transição improvisado do futuro governo, e disse "muito tranquilo e feliz com essa indicação. Agradeço da parte dele de aceitar o convite porque os desafios da parte dele são enormes".

Indicado de Bolsonaro é o quarto militar a assumir um ministério

Até agora, Bolsonaro já indicou 14 futuros ministros e Tarcísio Gomes de Freitas é o quarto de origem militar
Divulgação/Flickr Governo de Transição
Até agora, Bolsonaro já indicou 14 futuros ministros e Tarcísio Gomes de Freitas é o quarto de origem militar

Formado em engenharia pelo Instituto Militar de Engenharia (IME), conforme antecipado por Bolsonaro, Tarcísio Gomes de Freitas também é bacharel em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras, onde o próprio presidente eleito também estudou.

Além disso, o futuro ministro da Infraestrutura tem pós-graduação em Gerenciamento de Projetos pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e em Gestão de Cadeia de Suprimento e Logística, pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais do Exército.

Atualmente, Gomes de Freitas é consultor legislativo da Câmara dos Deputados, mas já foi chefe da seção técnica da Companhia de Engenharia do Brasil na Missão de Paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti, entre 2005 e 2006, nessa mesma missão da qual o futuro ministro-chefe da Secretaria da Presidência, general Santos Cruz, também participou.

Já entre 2008 e 2011, o futuro ministro atuou como assessor da diretoria de Auditoria da Área de Infraestrutura e como Coordenador-Geral de Auditoria da Área de Transportes da Controladoria-Geral da União (CGU), função que ocupou após ser aprovado em concurso público e até ser indicado como diretor-executivo do DNIT, cargo que ocupou entre 2011 e 2015.

No novo governo, o futuro ministro estará diretamente envolvido no leilão dos próximos 12 aeroportos administrados pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e pela ferrovia Norte-Sul. O edital dos aeroportos, inclusive, foi aprovado ainda nesta terça-feira (27) pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Isso não deverá ser problema para o engenheiro que já atuava como coordenador de projetos do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) do governo federal e, portanto, já estava diretamente envolvido com projetos para aeroportos, portos, rodovias e ferrovias.

No entanto, o nome de Tarcísio Gomes de Freitas não foi o primeiro nome cotado para chefiar esse ministério. O general da reserva do Exércio, Oswaldo Ferreira, que trabalho na campanha de Bolsonaro e atua na equipe de transição chegou a ser convidado, mas optou por não assuir a pasta. Ainda não se sabe, porém, se a justificativa foi particular ou se ele está sendo cotado para assumir algum outro cargo no governo.

Sabe-se, porém, que a futura pasta da Infraestrutura deverá contar com um dos maiores orçamentos, já que deverá ser responsável pela maior parte das "muito mais de 1.000" obras públicas paradas do governo federal, declarou o próprio Gomes de Freitas na coletiva realizada na tarde desta terça-feira (27), após o anúncio, corrigindo rapidamente uma fala do próprio Bolsonaro.

Diante disso, o próprio presidente eleito afirmou que seu governo pretende começar apenas as obras com orçamento para serem concluídas. "Como regra, nós só começaremos uma nova obra se tivermos realmente recursos para concluí-la", declarou, antes de concluir dizendo que a intenção é não abandonar os projetos inacabados. "Não podemos abandonar isso porque custaria muito caro para nós", disse.

Com a mais recente indicação, veja quais são os 14 nomes que já foram indicados para assumir ministérios no futuro governo Bolsonaro:

Confira a lista completa:

Bolsonaro  também anunciou o nome do advogado André Luis de Almeida Mendonça como chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República , mas ainda não definiu se a pasta terá status de ministério. Além disso,  Roberto Campos Neto foi indicado por Bolsonaro para chefiar o Banco Central (BC) , cargo que tem status de ministro atualmente, mas que deverá ficar subordinado ao ministro da Economia, Paulo Guedes, enquanto não for aprovado o projeto que dará autonomia ao BC.

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