Em discurso no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília , o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) , disse que o atual mandatário derrotado nas urnas, Jair Bolsonaro (PL) , "tem a obrigação" de se desculpar pelos ataques feitos ao sistema eleitoral brasileiro , após divulgação do relatório das Forças Armadas .
"Um presidente da República não tinha o direito de envolver as Forças Armadas para fazer uma comissão para investigar urnas eletrônicas, coisa que é da sociedade civil, dos partidos políticos e do Congresso Nacional. E o resultado foi humilhante", disse Lula a deputados e senadores no local.
"Eu não sei se o presidente está doente, não sei o que ele está, mas ele tem a obrigação de vir à televisão e pedir desculpas à sociedade brasileira e às Forças Armadas por ter usado uma instituição séria [...] para que fosse humilhada apresentando um relatório que não diz absolutamente nada daquilo que ele durante tanto tempo acusou", afirmou Lula .
Nessa quarta-feira (9), foi entregue pelo Ministério da Defesa o relatório das Forças Armadas com resultado da auditoria sobre a integridade do Sistema Eletrônico de Votação do Brasil coordenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) . O documento atesta a integridade do processo eleitoral brasileiro.
De acordo com o TSE, o relatório , assim como os outros das demais entidades fiscalizadoras, não apontam existência de nenhuma fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral deste ano, que elegeu Lula como o próximo chefe do Executivo , com mais de 60 milhões de votos.
"O presidente da República pode errar, mas ele não pode mentir. Não é aceitável que um presidente da República minta para o seu povo", continuou Lula, dizendo que as falsas alegações de Bolsonaro em relação às urnas eletrônicas foram feitas porque ele "tinha certeza que ia perder" as eleições 2022 .
A reunião de hoje com parlamentares é considerada mais um passo em busca do que Lula chama de "governo de diálogo". Ontem, o petista se encontrou com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP) , do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, e do TSE, Alexandre de Moraes .
"Não vou conversar com o Centrão e sim com deputadas e deputados eleitos. As pessoas não são obrigadas a concordar comigo", afirmou Lula nesta quinta. "O nosso governo vai ser o do diálogo, vai conversar com as Constituições."
No discurso de hoje, Lula reforçou algumas promessas que fez durante a campanha presidencial, como o combate à fome e a relevância que os bancos públicos voltará a ter em seu governo , a partir de janeiro de 2023.
Na ocasião, ele também declarou que seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), não será ministro do futuro governo . No momento, Alckmin atua como coordenador da equipe de transição entre os governos .
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