A gestão do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) cortou questões "sensíveis" do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), afirmou o jornal 'O Estado de São Paulo', em uma matéria publicada nesta quarta-feira (17).
Em meio à repercussão da declaração do presidente Bolsonaro de que o Enem começou a ter a "cara do governo", o jornal afirmou que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) passou a imprimir a prova previamente neste ano com a intenção de que mais pessoas tivessem acesso ao exame antes da aplicação.
A reportagem afirmou que o diretor de Avaliação da Educação Básica do Inep, Anderson Oliveira, avaliou a prova e que 24 questões, consideradas "sensíveis", foram retiradas do exame após uma "leitura crítica". A reportagem não especificou o teor das perguntas.
Posteriormente, 13 destas questões foram recolocadas no exame, uma vez que o Enem ficou descalibrado - na proporção entre questões consideradas fáceis, médios e difíceis.
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Mais provas
Em reportagem exibida no último domingo (14) pela 'TV Globo', servidores já haviam relatado que Anderson Oliveira havia pedido a remoção de mais de 20 questões da prova deste ano, sendo que a maior parte delas se referia a contextos sociopolíticos ou socioeconômicos do país.
Em entrevistas, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, negou interferência na elaboração do Enem e minimizou o pedido de exoneração de mais de 30 servidores.
"As provas foram impressas há meses, já foram encaminhadas. Não há como interferir nem eu, nem o presidente do Inep, nem o presidente da República. Então, essa ideia de que houve interferência é uma narrativa de quem quer politizar a educação", disse o ministro, em entrevista à CNN Brasil, nesta última terça-feira (16).