Nesta segunda-feira (3), o presidente da Câmara, Arthur Lira , criticou as pesquisas de intenção de voto para as eleições 2022 que deram resultados diferentes do apurado pelas urnas . Apesar das críticas, Lira descartou a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o tema.
"As votações e expressões da população brasileira deixam claros que as empresas de pesquisa não devem ser usadas para conduzir o eleitorado. Quando a gente tentou votar no código eleitoral, algumas complicações [surgiram] para trazer responsabilidade para essas empresas, [mas] a gente tem que votar no Congresso Nacional", afirmou.
"A gente tem sofrido pressão para instalação de CPIs, mas penso que não é o caso. Temos que discutir uma boa legislação para empresa de pesquisas e divulgação delas, para que a gente não tenha essas disparidades", disse ele. "A população clama por isso, se angustia, e cabe ao Congresso regular essas matérias", acrescentou, em entrevista à GloboNews .
Mais cedo, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) disse que começaria a coletar assinaturas para abrir uma CPI para iniciar uma investigação contra os institutos de pesquisa ainda nesta semana.
Nesse domingo (2), o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP) , afirmou que vai apresentar um projeto de lei para criminalizar a disparidade das pesquisas com o resultado oficial.
O primeiro turno deste ano teve como resultado ao Planalto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 48,43% dos votos, e o presidente Jair Bolsonaro (PL), com 43,20% . A disputa, agora, vai para um segundo turno, que vai ocorrer no próximo dia 30 de outubro.
As pesquisas eleitorais entraram na mira dos eleitores ainda ontem, já que a maioria apresentou dados diferentes dos que apareceram nas urnas . Os institutos Datafolha e Ipec foram mais criticados por errarem o desempenho de Jair Bolsonaro (PL) fora da margem de erro.
No último levantamento do Datafolha, Bolsonaro tinha 36% das intenções de voto contra 50% de Lula (PT) . Já o Ipec, trouxe o ex-presidente com 51% ante 37% do atual chefe do executivo federal . Na urna, o resultado foi de 48,43% para o petista, enquanto o governante brasileiro atingiu 43,20%.
Só que os equívocos não ficaram apenas nos dois principais institutos. A Quaest trouxe Lula com 49% e Bolsonaro com 38% . O PoderData conseguiu cravar o desempenho do ex-presidente (48%), mas errou o número do mandatário ao trazê-lo com 38%.
Considerando as margens de erro de dois pontos percentuais, os institutos não diferiram em relação ao resultado real do petista, somente o Ipec, que teria ultrapassado um ponto. O desempenho de Bolsonaro, no entanto, não foi previsto pelas sondagens, que mostravam o atual mandatário com uma pontuação bem menor da que realmente foi registrada nas urnas .
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