Arthur Lira (PP-AL) e Alexandre Padilha (PT)
Joédson Alves/Marcelo Camargo/Agência Brasil
Arthur Lira (PP-AL) e Alexandre Padilha (PT)

O ministro-chefe das Relações Institucionais,  Alexandre Padilha (PT), afirmou nesta sexta-feira (12) que não  desceria ao nível das acusações do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). 

"Não vou descer a esse nível", afirmou, acrescentando que "rancor é igual tumor, envenena a raiz", e que "o Brasil quer ser feliz". Mas Lira e Padilha acumulam desentendimentos.

Nessa quinta-feira (11),  Lira disse que Padilha é "incompetente" e um "desafeto" pessoal, após o ministro ter se articulado para que  Chiquinho Brazão permanecesse preso, acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora  Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. 

Ao ser perguntado sobre um possível enfraquecimento de seu poder depois da votação que manteve a prisão de Brazão, Lira negou e responsabilizou Padilha pelos rumores.

"Essa notícia foi vazada do governo e, basicamente, do ministro Padilha, que é um desafeto, além de pessoal, um incompetente", afirmou. "Não existe partidarização. Eu deixei bem claro que ontem [quarta-feira] a votação foi de cunho individual, cada deputado responsável pelo voto que deu. Não tem nada a ver".

Disputa ocorre há tempos

1) Alexandre Padilha e Arthur Lira não dialogam desde o segundo semestre de 2023. A tarefa de conversar com o presidente da Câmara está com Rui Costa (PT-BA), ministro da Casa Civil.

2) Lira acumula críticas ao trabalho de Padilha, argumentando que promessas de nomeações em estatais e liberações de emendas não foram cumpridas. Na abertura do ano Legislativo,  Arthur Lira chegou a afirmar que "o Orçamento é de todos e para todos os brasileiros e brasileiras", não apenas do Executivo

3) Em fevereiro, o ministro Padilha negou a existência de qualquer "tensão" entre ambos. O embate entre os dois tem se mostrado uma disputa pelo controle de recursos federais.  Lira afirmou que o Orçamento da União deve ser construído em contribuição com o Legislativo.

4) No entanto, duas operações políticas lideradas pelo ministro Padilha teriam alavancado os desentendimentos: o veto à liberação de R$ 5,6 bilhões em  emendas parlamentares e a blindagem do ministro à ministra da Saúde, Nísia Trindade,  que ocupa o cargo que foi cobiçado pelo Centrão.

A relação entre os dois foi suspensa em janeiro, quando  Lula (PT) vetou um dispositivo do orçamento que previa o repasse em emendas de comissão, direcionadas à Câmara e ao Senado. Entre essa quinta e sexta, ambos protagonizaram o novo impasse.

Pacheco afirma que Padilha é "competente"

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG),  defendeu o ministro de Lula após críticas de Arthur Lira. “Ninguém é perfeito, mas ninguém também é tão mau assim”, expressou.

"O que eu posso dizer é que eu me esforço muito para manter uma boa relação com o governo, com o próprio ministro Alexandre Padilha, por quem eu tenho afeição, eu tenho simpatia, e o considero também competente", afirmou.

"Da parte do Senado Federal, nós vamos buscar ter o melhor relacionamento possível com o governo e com o próprio ministro Padilha".

“Temos que evitar esses problemas, né? O Brasil já tem muitos problemas. Precisamos buscar sempre as convergências. Ninguém é perfeito, mas ninguém também é tão mau assim”, disse Pacheco. “A gente tem que conviver com as divergências”, prosseguiu.

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