Esta segunda-feira (5) marca o dia de retomada dos trabalhos do Poder Legislativo, que voltará a debater a pauta econômica . No entanto, os temas de maior interesse dos parlamentares são as eleições municipais e a sucessão dos presidentes da Câmara dos Deputados (Arthur Lira, PP-AL) e do Senado (Rodrigo Pacheco, PSD-MG), em 2025; e a expectativa pela divulgação da lista de autoridades ilegalmente espionadas pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), no escândalo conhecido como Abin Paralela.
Negociações
Desde janeiro Arthur Lira vem reclamando que a comunicação com o atual ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT-SP) está ruim. Ele afirma que os líderes políticos do centrão não aceitam negociar as pautas de interesse do governo com ele - o que pode tornar a governabilidade ainda mais difícil - pressionando Lula pela sua demissão.
Segundo informações do blog da jornalista Andréia Sadi, outros ministros afirmam que uma eventual demissão de Padilha não está nos planos do presidente. Paralelamente, aliados de Lira afirmam que Lula se comprometeu a apoiar o candidato de Lira - que ainda não foi definido - mas até agora o Planalto não garantiu nada, pois Lula pretende, segundo membros de seu alto escalão, aguardar o desenrolar dos acontecimentos por mais tempo antes de se decidir.
Embora os candidatos à disputa na Câmara ainda não estejam definidos, alguns nomes já são cogitados. Marcos Pereira (Republicanos-SP), que é o atual vice de Lira, o deputado Elmar Nascimento (União-BA) e Antonio Britto (PSD-BA) são os mais cotados, até o momento, para concorrer com o apoio de Lira.
A leitura do governo, contudo, é que daqui até a votação em 2025, é possível que o PSB e o PDT decidam retirar o apoio ao bloco de Lira, enfraquecendo suas chances de emplacar o sucessor de sua escolha. Enquanto isso, Lira deseja falar com Lula para alinhar os próximos passos na Câmara.
Abin Paralela
A investigação do escândalo político que movimentou a última semana voltou à pauta em Brasília diante da retomada dos trabalhos do Legislativo.
Em meio às descobertas de que a Abin teria sido utilizada por Alexandre Ramagem (que hoje é deputado federal) para beneficiar a família Bolsonaro espionando seus desafetos, parlamentares demonstram ansiedade pela divulgação da lista de pessoas monitoradas, com medo que essa informação comprometa os arranjos políticos para as próximas eleições.