A resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a guerra na Ucrânia foi vetada pela Rússia. Como membro permanente do grupo, o país exerceu seu direito de votar contrariamente ao texto apresentado pela embaixadora dos Estados Unidos, Linda Thomas-Greenfield.
Foi o único voto contrário. Outros três países - China, Emirados Árabes e Índia - optaram pela abstenção. Os demais membros, o que inclui o Brasil, foram a favor do texto.
A resolução condena as ações da Rússia
, que na quinta (24) começou uma série de bombardeios no território ucraniano. A justificativa para a guerra é o desejo da Ucrânia de integrar a Organização do Tratado do Atlântico do Norte (Otan), aliança militar do Ocidente.
Com isso, os Estados Unidos ressaltaram que o governo de Vladimir Putin não respeita a soberania dos ucranianos e, por isso, "decidiu exercer sofrimento sobre o povo e a Ucrânia e sobre seus cidadãos".
"Temos a obrigação solene de não ignorar. A instituição que temos aqui deve buscar proteger nossos filhos, nossos netos dos horrores da guerra. Os horrores da guerra são o que os cidadãos da Ucrânia vão presenciar", ressaltou Linda. Como exemplo, ela mencionou a situação de crianças em UTIs que foram levadas para abrigos improvisados e o ataque a um jardim de infância
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Diante desse cenário, a carta da ONU condena a Rússia, prevê sanções para o país
, reafirma a soberania e a integridade territorial da Ucrânia e demanda que a federação russa retire suas tropas do país vizinho imediatamente.
O texto foi apoiado pelo embaixador do Brasil na ONU, Ronaldo Costa Filho. Ao discursar, ele disse que o país está "seriamente preocupado com a operação militar da Rússia" e reforçou que o Conselho de Segurança deve reagir contra o uso de força.
"Esse conselho não pode se manter silenciado, precisamos criar as condições para diálogo entre todas as partes envolvidas. O mundo não pode chegar ao ponto de chegar a um ponto sem volta", frisou o embaixador.
No Brasil, o Ministério das Relações Exteriores busca formas de retirar os cidadãos brasileiros da zona de conflito. Mais cedo, um trem seguiu rumo Chernivtsi, no Oeste do país, mas o Itamaraty admitiu que a viagem seria "instável e sujeita a mudanças repentinas" de segurança e transporte.