As eleições municipais de 2020 repercutiram muito pelas circunstâncias de o mundo estar em meio a uma pandemia. E, também, pelo cenário político. As palavras diversidade e representatividade resumem as votações nas principais cidades do país.
Mulheres , trans , negros , indígenas , quilombolas e ativistas conquistaram em câmaras de vereadores e, também, com cargos em prefeituras. Niterói (RJ), São Paulo, Porto Alegre, Recife e Belo Horizonte são exemplos de cidadesque tiveram a diversidade como destaque em seus polos eleitorais.
Em Niterói, por exemplo, a candidata Benny Briolly, do PSOL , mulher trans e preta assumirá seu primeiro mandato na Câmara dos Vereadores. A política de 29 anos foi eleita com o total de 4.458 votos e leva consigo o enfrentamento da considerada velha política conservadora. A aposentada Ana Lúcia Martins, do PT , entrou para a história da cidade de Joinville por ser a primeira mulher preta eleita da história da cidade que após a conquista, recebeu ameaças e ofensas em suas redes sociais. Martins idealiza um mandato que quebrasse barreiras, mas infelizmente ela se junta a péssima estatística de mulheres pretas coagidas nessas eleições.
De acordo com o Instituto Marielle Franco, cerca de 80% das mulheres pretas ativas nas disputas eleitorais sofreram ataques de violência virtual, uma outra candidata conhecida por sofrer ataques foi a candidata a prefeitura do Rio de Janeiro, Benedita da Silva.
Em São Paulo, o maior polo eleitoral do país, teve políticos trans eleitos com resultados expressivos e recordes de votação . Erika Hilton (PSOL), com 50 mil votos e Tammy Miranda (PL), com 43 mil. Os candidatos tiveram destaque por fazerem história e serem eleitos, ao ficarem entre os candidatos mais votados e por esse feito nunca ter sido antes visto na cidade de paulista, dois candidatos transsexuais eleitos.
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Também observamos a campanha do político Guilherme Boulos em sua tentativa de consquitar a prefeitura da cidade. Levando a decisão para segundo turno, São Paulo ficou dividida entre uma campanha que visava o bem social e outra com os valores tradiocionais da velha política.
Na cidade de Belo Horizonte, a professora Duda Salabert (PDT), é travesti e obteve 37 mi votos, ficando em primeiro lugar entre os vereadores mais votados na capital mineira . Com 25 candidaturas, se teve um aumento de 200% na participação da comunidade LGBTQIA+ nas eleições, segundo os dados apurados pela Associação Nacional de Travesti e Transsexuais (Antra).
A cidade de Cavalcanti, Goiás, é conhecida por ter um dos maiores territórios quilombolas do país, o Território Kalunga. Lá um quilombola foi eleito para o cargo de prefeito, Vilmar Kalunga é o primeiro da população quilombola que alcança esse feito. De acordo com a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais e Quilombolas (Conaq) 56 quilombolas foram eleitos vereadora ao redor do Brasil, uma conquista importante para a comunidade.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou dados referente a participação do povo indígena nessas eleições. Lá consta que em cerca de oito prefeitos foram eleitos que possuem origens indígenas. Em comparação com as eleições de 2016, houve um aumento de 33%.
A cidade de Roraima, os índios foram bem sucedidos nas eleições . A população votou para eleger como seu prefeito e seu vice, Tuxaua Benisio (Rede) e o Professor Jeremias (PROS). E na cidade de Normandia, o candidato escolhido foi o Dr. Raposo, indígena Macuxi do partido PSD.
Com o resultado dessas eleições, foi possível observar um novo comportamento da população brasileira. A importância do seu voto levar representatividade para lugares antes tidos como tradicionais, virou uma ação determinante para a sociedade. Ter em altos cargos políticos representantes que de alguma forma te representam, faz com que a população opte por mandatos mais inclusivos ao invés de somente pensar no bem da sua cidade.