Um projeto de decreto legislativo (PDL) para revogar a honraria Salva de Prata ao padre José Eduardo de Oliveira foi apresentado nesta sexta-feira (9) pela Bancada Feminista do PSOL, mandato coletivo na Câmara Municipal de São Paulo. Na última quinta-feira (8), o padre se tornou alvo de uma operação da Polícia Federal (PF), que investiga uma tentativa de golpe de Estado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.
Oliveira foi citado como participante do núcleo jurídico do episódio. Segundo a PF, prestava auxílio na elaboração de minutas de decretos com fundamentação jurídica e doutrinária.
Em 2016, o então vereador Ricardo Nunes (MDB), propôs a honraria para o paróquio. Na ocasião, Nunes argumentou a concessão da salva de prata devido a atuação do padre contra o que a ala conservadora chama de "ideologia de gênero". O termo é utilizado para se contrapor aos grupos progressistas.
O atual prefeito, à época, liderava um movimento para que referências fossem retiradas das discussões do plano municipal de educação. A ação de Nunes foi alvo de muitos protestos de grupos sociais na Câmara.
Em suas redes sociais, Silvia Ferraro, integrante do Mandato Coletivo do PSOL, disse ser "vergonhoso" que o atual prefeito de São Paulo tenha homenageado o padre que supostamente integrou o núcleo jurídico do esquema golpista.
Nunes conta com o apoio de Bolsonaro, que deve escolher quem será seu vice para as eleições municipais de 2024.