Em declaração nesta sexta-feira (9), Fábio Wajngarten, advogado de Jair Bolsonaro (PL), comentou sobre a divulgação do vídeo da reunião ministerial, afirmando que todas as opiniões do ex-presidente são "absolutamente públicas" e que seus comentários "fazem parte da democracia".
O vídeo da mencionada reunião, que ocorreu em 5 de julho de 2022, foi a base para a operação realizada pela Polícia Federal na quinta-feira (8). Parte das gravações foi divulgada primeiramente pela colunista Bela Megale, do jornal O Globo.
Nas imagens, Bolsonaro pressiona seus assessores a agir antes das eleições de 2022 para manter-se no poder. Em um momento destacado por Wajngarten, o ex-presidente sugere que acredita em fraudes eleitorais que favoreceriam a esquerda, mas ressalta que não considera o uso da força como uma providência a ser tomada.
“Ficou absolutamente claro que o Presidente condena e rejeita qualquer uso da força”, escreveu Wajngarten pelas redes sociais.
Entenda o caso
A PF deflagrou na quinta-feira a Operação Tempus Veritatis (“hora da verdade”, em latim), investigando uma suposta organização criminosa que teria atuado em uma tentativa de "golpe de Estado" para manter Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições de 2022.
Foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão e quatro de prisão preventiva, autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Os endereços foram localizados em vários estados brasileiros.
Entre os alvos estavam o ex-presidente Jair Bolsonaro, o presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno e o ex-ministro da Defesa e da Casa Civil Walter Braga Netto.
A Polícia Federal apurou que o grupo investigado se dividia em dois núcleos: um voltado para a construção e propagação da versão de fraude nas eleições de 2022 e outro dedicado à prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado.