A Polícia Federal (PF) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de um inquérito com base em uma declaração feita pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Durante um discurso na Cúpula Transatlântica, evento da ONU em novembro de 2023, o deputado chamou Lula de "ladrão".
O pedido de investigação sobre um suposto crime de injúria será analisado pelo ministro do STF Luiz Fux. Durante o discurso, Nikolas referiu-se ao presidente como "um ladrão que deveria estar na prisão".
Conforme o Código Penal, quando um suposto crime de injúria é cometido contra o presidente da República, cabe ao Ministério solicitar a apuração. O pedido foi encaminhado no início de janeiro ao diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, por Ricardo Cappelli, que atuou no Ministério da Justiça como secretário-executivo da pasta.
Em 20 de novembro, Lula enviou ao Ministério da Justiça o vídeo do discurso de Nikolas, solicitando a investigação contra o parlamentar.
O que aconteceu
Em novembro do ano passado, durante uma visita a Nova York, nos Estados Unidos, Ferreira participou como "liderança jovem" da Cúpula Transatlântica, realizada no prédio das Nações Unidas. O evento, organizado por movimentos conservadores, tinha como proposta "afirmar os Direitos Humanos Universais - Unir as Culturas pela Vida, pela Família e pela Liberdade".
Neste contexto, Nikolas Ferreira usou sua participação para atacar Lula (PT), a quem chamou de "ladrão", o Supremo Tribunal Federal (STF) e atores ativistas como o americano Leonardo Di Caprio, que, nas eleições do ano passado, engajou-se na campanha do atual presidente sob o discurso de proteção da Floresta Amazônica.
"Educação que ensina e não doutrina. Novos juízes que vão honrar o magistério e fazer justiça. E não como alguns do Supremo Tribunal Federal que traíram o povo brasileiro e perseguiu seus oponentes político", disse, em ataque à Suprema Corte.