Prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB) ainda não definiu quem será seu vice nas eleições de outubro. Publicamente, o administrador municipal admite que a opinião do ex-presidente Jair Bolsonaro terá um peso importante na escolha. As siglas que estão embarcando na candidatura, porém, também serão ouvidas. Até o momento, quatro nomes despontam como candidatos a vice na chapa de Nunes. Entre eles, estão um ex-comandante da Rota e uma delegada da Polícia Civil. Abaixo, confira quem está na briga pelo posto.
Ricardo Nacimento de Mello Araújo
Ex-comandante da Rota e ex-chefe da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), Ricardo Nascimento de Mello Araújo é considerado o favorito a entrar na chapa de Nunes. Isto porque o coronel é uma indicação de Jair Bolsonaro. "Escolhi [indicar] o coronel Mello Araújo, que fez um excelente trabalho à frente da Ceagesp no meu governo", declarou o ex-presidente, em entrevista à Revista Oeste.
Mello Araújo possui mestrado na área de Ciências Policiais e Segurança Pública, especialização em Fisiologia do Exercício pela USP e graduação em Direito. No currículo, porém, o coronel também soma algumas polêmicas. Ao assumir o comando da Rota, em 2017, ele disse que os policiais precisam abordar as pessoas de maneira diferente no Jardins, bairro nobre de SP, e nas periferias.
Mello Araújo também repercutiu na imprensa ao liderar uma operação armada na sede do Sindicato dos Carregadores Autônomos (Sindicar), em 2020. Além disso, o coronel foi acusado de obrigar os lojistas da Ceagesp a pendurar bandeiras do Brasil nas lojas, em manifestação de apoio ao ex-presidente da República.
Apesar da indicação de Bolsonaro, Nunes relatou, na terça-feira passada (30), que nao "bateu o martelo" sobre o nome de Mello Araújo. "Tem muito tempo para a gente discutir. O Valdemar trouxe o nome do coronel Mello, mas não como imposição... O que deixei claro é que a gente vai tomar uma decisão conjunta, conversando com todos os partidos, num tempo apropriado", declarou o prefeito.
Raquel Gallinati
Afastada da Polícia Civil para trabalhar na Associação dos Delegados da Polícia do Brasil, Raquel Gallinati também é um nome bem visto pelas lideranças do PL. A delegada tem no currículo o feito de ser a primeira mulher a presidir o Sindpesp (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo), ficando no cargo por dois mandatos, entre 2016 e 2022.
Com um histórico respeitável dentro da Polícia Civil, Gallinati é apontada como um bom nome nas eleições. Isto porque, no entendimento da diretoria do PL, a segurança pública deverá ser um dos principais temas na campanha eleitoral do segundo semestre. Atualmente, a delegada é deputada estadual suplente pelo PL - ela recebeu 50 mil votos no pleito de 2022.
Tomé Abduch
Deputado estadual pelo Republicanos, Tomé Abduch recebeu cerca de 221 mil votos na última eleição. Em entrevista à Veja, o ex-comentarista da CNN e da Jovem Pan disse estar surpreso por ser considerado um bom nome entre os líderes do PL. Na mesma ocasião, ele afirmou que uma vitória de Guiherme Boulos (PSOL), líder das pesquisas em São Paulo, pode "destruir" a capital paulista. Apesar der ser o rosto mais conhecidos entre os cotados, Abduch corre por fora na disputa.
Sonaira Fernandes
Considerada a mais "radical" entre as cotadas, Sonaira Fernandes é a atual secretária estadual de Políticas para a Mulher do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Evangélica e radicalmente contrária às pautas feministas e do público LGBTQIA+, Sonaira ganhou o apelido de "Damares de São Paulo", em referência à ex-ministra e atual senadora Damares Alves (PL-DF). Assim como Tomé Abduch, ela corre por fora na disputa.