O deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) sinalizou, nesta quarta-feira (4), que pode deixar o Partido Liberal para pleitear a vaga na Prefeitura de São Paulo. Segundo Salles, o "ideal seria concorrer pelo partido em que está hoje", mas existem outras opções de legendas para se filiar e disputar o pleito, disse à CNN.
No último dia 27, o ex-ministro do Meio Ambiente teve um encontro com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na sede do PL em Brasília, onde teria sido incentivado a concorrer à Prefeitura de São Paulo em 2024. Salles publicou, nesta quarta, a frase "Back to the game" ("De volta ao jogo") nas redes sociais, reassumindo o discurso eleitoral.
Em junho, Salles afirmou que não disputaria mais a Prefeitura de São Paulo por discordâncias internas no partido, alegando que "o centrão ganhou e a direita perdeu". O presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, defende a aliança com o atual prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), e foi duramente criticado por Ricardo Salles.
Recentemente, Costa Neto foi gravado afirmando que "São Paulo é cidade de esquerda", sinalizando que o PL precisaria de uma candidatura mais moderada para ter chances contra Guilherme Boulos (PSOL).
O atual prefeito de São Paulo busca a reeleição, depois de assumir a Prefeitura após com a morte de Brunos Covas (PSDB), para quem foi vice. Nunes havia sinalizado o apoio do ex-presidente Bolsonaro, embora se coloque como "moderado" e, em algumas ocasiões, tente se distanciar, afirmando não ser "nem Lula e nem Bolsonaro". O apoio de Bolsonaro também é visto como uma forma de evitar que os bolsonaristas tenham um candidato próprio.
Para analistas e aliados de Bolsonaro, porém, Ricardo Nunes tem a intenção de usar a direita bolsonarista, o que incomoda o ex-presidente. O debate se acirrou com a possibilidade de Marta Suplicy ser vice na chapa de Nunes, escolha que teve a positiva de Valdemar Costa Neto, mas foi descartada pelo prefeito.
Em agosto, a pesquisa Datafolha para a Prefeitura de São Paulo indicou que Guilherme Boulos tem 32%, ante 24% de Ricardo Nunes. Em seguida aparecem Tabata Amaral (PSB) com 11% e Kim Kataguiri (União Brasil) com 8%.