O deputado federal e ex-ministro do Meio Ambiente no governo Bolsonaro, Ricardo Salles , foi flagrado comprando alimentos orgânicos em uma loja de São Paulo. Um cliente que reconheceu o parlamentar gravou as imagens enquanto o confrontava e o vídeo viralizou.
“E aí, deputado Salles, tudo bem? Passou a boiada e agora vem comprar orgânico? Legal, legal, o cara come orgânico mas quer enfiar agrotóxico no rabo do povo. Vai embora. Muito bom, orgulho da nação”, disse o homem com ironia.
Quando era ministro, Ricardo Salles assinou uma normativa que autorizava a redução da distância entre locais onde ocorre a pulverização de agrotóxicos - prática ilegal em diversos países - em relação a regiões povoadas, contaminando moradores de áreas rurais, indígenas, quilombolas e escolas rurais.
Polêmicas e processos
Em agosto, Salles se tornou réu após a 4ª Vara Federal Criminal do Pará aceitar a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF), acusando-o de integrar uma organização criminosa que operou um esquema para facilitar o contrabando de madeira e outros recursos florestais brasileiros para os Estados Unidos.
Através da Operação Akuanduba, a Polícia Federal investiga o tráfico de madeira ilegal com o consentimento do Ibama (que estava sob o controle do Ministério do Meio Ambiente na época dos crimes).
Depoimentos mostraram que Walter Mendes, ex-superintendente do Ibama no Pará pediu perdão a madeireiros pela realização de uma fiscalização e ameaçou matar os subordinados que cumpriam corretamente suas funções.
Walter, que também se tornou réu, foi coronel das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (ROTA), e chegou ao posto de superintendente do Ibama para atuar como uma espécie de “xerife” do então ministro Ricardo Salles.
Relator da CPI que investigou o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Salles também acumulou escândalos na condução dos trabalhos do colegiado. Além dos ataques à deputada Sâmia Bomfim e outras deputadas de esquerda, o ex-ministro foi acusado de apologia à ditadura.