O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse cogitar concorrer à Prefeitura do Rio de Janeiro em 2024, mas que só vai em frente com a candidatura caso o pai dele, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o apoie na eleição.
"Estou trabalhando para ser candidato. Tenho feito muitas reuniões e visto pesquisas. É importante termos um nome competitivo. A população não vai dar uma quarta oportunidade para quem já teve três e até agora não resolveu os problemas estruturais do Rio. Errar duas vezes é humano, três vezes é burrice e errar uma quarta é Eduardo Paes", afirmou, em entrevista ao jornal O Globo, divulgada nesta quinta-feira (18).
"Ele concordou que eu fosse candidato em 2016, mas tinha preocupação com a situação financeira da Prefeitura. Por isso, não me apoiou de uma forma explícita. Em 2024, eu só serei candidato se Bolsonaro abraçar de verdade a campanha. A palavra final é dele. Hoje tem muito mais chances de ele autorizar a candidatura do que há três, quatro meses", continuou.
Na ocasião, Flávio classificou as acusações contra Bolsonaro como "frágeis" para impedi-lo de concorrer à Presidência em 2026, mas levantou o nome do atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como uma forte alternativa.
"As acusações são muito frágeis. Sinceramente, não acredito que isso vá ocorrer [Bolsonaro ficar inelegível]. Agora, se acontecer, tem vários nomes que o presidente Bolsonaro sempre cultivou, como o Tarcísio de Freitas", disse ele ao jornal.
Apesar de não enxergar a possibilidade de uma inelegibilidade, o senador acredita que a população se "sensibilizaria" com a situação. "Em qualquer caso de covardia, a tendência é que o povo se sensibilize. Ao ver que Bolsonaro pode sofrer uma retaliação, sem fundamento legal, as pessoas vão se sensibilizar e se engajar mais na campanha de alguém que ele apoia."
Em relação a uma possível candidatura da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), Flávio afirmou que "está muito longe para falar", mas que acha que "não para o Executivo". "Ela nunca manifestou vontade de ser candidata nem ao Legislativo, mas Deus vai tocar o coração dela, que é muito querida no Brasil", acrescentou.
Na entrevista, o filho de Bolsonaro também falou sobre a CPI Mista dos Atos Golpistas no Congresso Nacional. No Senado, o PL e o Novo serão representados por Eduardo Girão e Magno Malta, com suplência de Flávio Bolsonaro e Jorge Seif.
"O que há até agora são vazamentos seletivos, apenas coisas que aparentemente reforçam a narrativa de que o Bolsonaro tinha interesse nos atos, mas ele respeitou a Constituição", disse Flávio. "Vamos mostrar a omissão do governo federal."
Ele disse que nenhuma proposta de golpe após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou até ele, mas que, no meio da campanha, "a multidão fala tudo".
"No meio da campanha, a multidão fala tudo, pede apoio das Forças Armadas. Eu vou fazer o quê? Não vou discutir com cada um", afirmou.
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