José Múcio Monteiro, ministro da Defesa
Antonio Cruz/ Agência Brasil - 26/06/2019
José Múcio Monteiro, ministro da Defesa

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro , afirmou nesta quinta-feira (27) que o governo do  ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) "fomentou promiscuidade com os militares". Ele defendeu ainda que o Gabinete de Segurança Institucional ( GSI ) deve continuar sendo comandado por militares .

A declaração foi dada à Agência Lusa, quando o ministro concedeu entrevista no último final de semana em Lisboa, para onde viajou acompanhando a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) .

"A política colocou muito militar na política e muita política nos militares", disse Múcio, à Agência.

O ministro ainda comentou sobre atribuições de um integrante das Forças Armadas. "Um militar aqui, lá, em qualquer país, é funcionário de carreira ligado à Constituição". E acrescentou: "eles são guardiões da Constituição Brasileira, eles não são empregados do governo de plantão".

Múcio afirmou também que está satisfeito com a relação entre o governo e os militares. "Os militares estão calmos, a relação com o Governo é ótima, com o Presidente da República é ótima, mas nós vivemos numa democracia".

Segundo o ministro, o objetivo de estar à frente da Defesa é ter "forças armadas modernas com equipamento moderno" e defendeu um aumento gradual do investimento, passando perto de 2%. Porém, ele afirmou que o Brasil tem problemas mais urgentes no momento. "Evidentemente, eu não tenho coragem, num país que tem gente com fome, de investir em equipamento", ponderou Múcio.


Exonerações no GSI

Na última quarta-feira (26), o ministro interino do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Ricardo Capelli, exonerou 29 servidores da past a  após a divulgação de imagens que mostram militares no Palácio do Planalto durante as invasões ao prédio no dia 8 de janeiro .

As exonerações fazem parte do trabalho de Capelli de renovar a pasta após a divulgação de gravações que mostram a falta de resistência de servidores do GSI durante os atos antidemocráticos. A renovação seria um pedido do presidente Lula.

Entre os servidores exonerados está Jorge Henrique Luz Fontes, que foi demitido no começo desta quarta. Ele era responsável por chefiar o gabinete da secretaria-executiva do GSI e estava no cargo desde fevereiro do ano passado, quando foi nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Além de Luz Fontes, Capelli demitiu três dos quatro secretários nacionais da pasta. Os secretários de Assuntos de Defesa e Segurança Nacional, Max Cintra Moreira, de Segurança e Coordenação Presidencial, Marcius Cardoso Netto, e de Coordenação de Sistemas, Marcelo Da Silva Gomes, deixaram o GSI nesta quarta-feira.

A pasta ainda exonerou o coordenador de Avaliação de Riscos, Alexandre Santos de Amorim. Ele foi um dos militares que prestaram depoimentos à Polícia Federal no inquérito que investiga os ataques e disse que “pouca informação” foi disponibilizada na véspera da invasão.

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