Após acusar Jair Bolsonaro (PL) de planejar um golpe , o senador Marcos do Val (Podemos-ES) pediu para tirar uma foto com o ex-presidente durante a recepção no PL. Nesta quinta-feira (30), o ex-chefe do Executivo retornou ao Brasil depois de quase três meses nos Estados Unidos .
Do Val esteve na sede do Partido Liberal em Brasília, junto a parlamentares da base bolsonarista. Ele fez uma live afirmando sempre ter estado ao lado do ex-presidente. O senador também gravou junto a Nikolas Ferreira (PL-MG) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
"Tá todo mundo feliz", disse Do Val.
O parlamentar ainda justificou o comportamento que teve em fevereiro, ao acusar Bolsonaro de golpe.
"Não se culpem por ter me julgado naquela semana, eu sabia que iam me julgar enquanto traidor. Eu estava trabalhando para blindar o presidente e darmos início à CPMI (dos atos golpistas do dia oito de janeiro) ", disse Do Val no Instagram.
Entenda o caso
Em dezembro de 2022, Do Val disse que participou de uma reunião com Bolsonaro e Silveira, onde recebeu um pedido para gravar uma conversa com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O objetivo da gravação seria para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) .
"Eu ficava p*** quando me chamavam de bolsonarista. Vocês me esperem que vou soltar uma bomba. Sexta-feira vai sair na Veja a tentativa de Bolsonaro de me coagir para que eu pudesse dar um golpe de estado junto com ele, só para vocês terem ideia. E é logico que eu denunciei", afirmou Do Val em live, no mês de fevereiro.
Do Val teria a missão de grampear Alexandre de Moraes para ter alguma frase que o comprometesse.
Segundo o senador, Bolsonaro teria dito que colocaria o magistrado na cadeia e Lula (PT) não assumiria o cargo de presidente.
“A ideia era que eu gravasse o ministro falando sobre as decisões dele, tentar fazer ele confidenciar que agia sem observar necessariamente a Constituição. Com essa gravação, o presidente iria derrubar a eleição, dizer que ela foi fraudada, prender o Alexandre de Moraes, impedir a posse do Lula e seguir presidente da República. Fiquei muito assustado com o que ouvi”, revelou à Veja.
Porém, a cada entrevista dada, o senador mudou sua versão . Ele passou a dizer que o ex-presidente não falou nada e a ideia do golpe foi feita pelo Daniel Silveira. Em depoimento à Polícia Federal, o parlamentar relatou que Bolsonaro não disse nada na reunião, no entanto, demonstrou interesse no planejamento.
O caso repercutiu em todo país e parlamentares criticaram o comportamento de Marcos do Val. O parlamentar falou na live que foi acusado de ter “problemas mentais”, mas tudo faz parte de um plano.
“Chegaram a dizer que estou com problemas mentais, porque uma hora falo uma coisa, outra hora, falo outra. É por conta disso, é como a gente trabalha. Quem trabalha no setor de inteligência sabe que soltamos informações em cada emissora de uma forma para ludibriar o inimigo”, confessou.
Entre no canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo. Siga também o perfil geral do Portal iG.