A defesa do ex-deputado Roberto Jefferson pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a revogação de sua prisão preventiva, com eventual adoção de medidas cautelares. Jefferson se comprometeu a doar todas as suas armas de fogo, para facilitar a concessão do pedido.
A solicitação foi enviada ao ministro Alexandre de Moraes , que é relator do caso. O ex-parlamentar está preso desde outubro do ano passado por ataques ao processo eleitoral e a ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) . No momento da prisão, ele resistiu, atirou e lançou granadas contra agentes da Polícia Federal (PF).
Os advogados de Jefferson argumentam que ele tem "um quadro de saúde bastante frágil", o que colocaria ele em risco dentro da prisão, por isso pedem que a prisão preventiva seja revogada ou substituída por uma domiciliar.
A defesa também alega que a liberdade do ex-deputado não irá "pôr em risco a ordem pública" e que ele se compromete a "cumprir toda e qualquer medida alternativa eventualmente imposta".
No pedido, os advogados também disseram que ele tem "interesse em doar todas as suas armas de fogo e munições", desde as que já foram apreendidas quando ele foi detido até "as registradas em seu nome".
Segundo depoimento de Jefferson após a prisão , ele disse ter entre 20 e 25 armas. Quando ele foi detido, a PF encontrou mais de 7 mil cartuchos de munição compatíveis com armas como pistolas e fuzis. Na ocasião, também foi apreendido um fuzil calibre 556 usado por Jefferson para atirar nos policiais e uma pistola 9mm.
Relembre o caso
Jefferson foi preso no dia 23 de outubro após trocar tiros com policiais federais que foram até sua casa, no interior do Rio de Janeiro, para prendê-lo . Na ocasião, ele disparou tiros de fuzil e atirou granadas na direção dos agentes.
A Polícia Federal informou que dois agentes ficaram feridos na operação "por estilhaços de granada arremessados pelo alvo" . Segundo a corporação, eles foram imediatamente levados ao pronto-socorro e passam bem.
Antes, o ex-parlamentar estava em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, mas precisou voltar ao sistema penitenciário após decisão do ministro do Alexandre de Moraes , por descumprimento de medidas cautelares impostas, como não postar nas redes sociais.
Na sexta-feira, 21 de outubro, Roberto Jefferson xingou a ministra Carmen Lúcia, do STF, de “bruxa” e compará-la a uma “prostituta” após o voto favorável da magistrada em conceder 116 direitos de resposta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Jovem Pan, depois que o canal divulgou informações falsas sobre o petista. O vídeo foi publicado nas redes sociais de Cristiane Brasil (PTB), filha dele.
Após o episódio na casa de Jefferson, Moraes determinou uma nova ordem de prisão contra o ex-parlamentar , desta vez em flagrante, por suspeita de tentativa de homicídio dos dois policiais que ficaram feridos durante ação.
No texto, Moraes citou relatório da PF e o próprio vídeo de Jefferson , em que ele admite ter atirado contra os agentes. O ministro também afirmou que "qualquer autoridade" que tentasse retardar a prisão pela PF estaria sujeita a enquadramento por crime de prevaricação. O ministro ainda ressaltou que a corporação podia cumprir a ordem de prisão "a qualquer horário".
O ex-parlamentar se entregou à PF após oito horas de resistência, e foi levado para a superintendência da corporação no Rio de Janeiro, onde chegou por volta das 21h. Na noite de segunda, 24 de outubro, Jefferson foi transferido do presídio de Benfica para a penitenciária Pedrolino Werling de Oliveira (Bangu 8) .
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