Ex-deputado Roberto Jefferson (PTB)
Valter Campanato/Arquivo/Agência Brasil - 07/06/2017
Ex-deputado Roberto Jefferson (PTB)

O Ministério Público Federal pediu nesta quarta-feira (7) uma reparação financeira aos  militares atacados a tiros e granadas , em 23 de outubro, pelo ex-deputado Roberto Jefferson , após uma  ordem de prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal ( STF ) Alexandre de Moraes .

Na ocasião, Jefferson recebeu os agentes com mais de 50 tiros de fuzil e granadas, na residência dele, que fica no município de Levy Gasparian, na Região Serrana do Rio de Janeiro. Dois policiais ficaram feridos com estilhaços durante cumprimento de mandado de prisão.

A denúncia do MPF estabelece que o ex-deputado pague R$ 50 mil para cada Policial Federal ferido, pelos danos materiais e imateriais sofridos; R$ 30 mil para os outros 2 policiais federais que participaram da operação, pelos danos imateriais sofridos e R$ 26.780 pelos reparos feitos na viatura.

Se a denúncia for aceita, o ex-deputado vai responder por:

  • 4 tentativas de homicídio;
  • crime de resistência qualificada;
  • crime de posse ilegal de arma de fogo de uso restrito e munição de uso permitido e restrito (dois crimes condensados em um só);
  • posse de três granadas adulteradas.

Após o corrido, em 24 de outubro, o ex-deputado foi indiciado pela Polícia Federal por quatro tentativas de homicídio devido aos dois agentes que ficaram feridos com estilhaços durante o cumprimento de mandado de prisão e outros dois, que estavam em uma viatura, mas não foram atingidos.

Depois, no dia 27, Moraes converteu a prisão de Jefferson em flagrante para prisão preventiva . A medida fez com que a detenção não tenha um prazo específico para acabar.

Relembre o caso

Jefferson foi preso no dia 23 de outubro após trocar tiros com policiais federais que foram até sua casa, no interior do Rio de Janeiro, para prendê-lo. Na ocasião, ele disparou tiros de fuzil e atirou granadas na direção dos agentes.

A Polícia Federal informou que dois agentes ficaram feridos na operação "por estilhaços de granada arremessados pelo alvo". Segundo a corporação, eles foram imediatamente levados ao pronto-socorro e passam bem.

Antes, o ex-parlamentar estava em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, mas precisou voltar ao sistema penitenciário após decisão do ministro do Alexandre de Moraes , por descumprimento de medidas cautelares impostas, como não postar nas redes sociais.

Na sexta-feira, 21 de outubro, Roberto Jefferson xingou a ministra Carmen Lúcia, do STF, de “bruxa” e compará-la a uma “prostituta” após o voto favorável da magistrada em conceder 116 direitos de resposta ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Jovem Pan, depois que o canal divulgou informações falsas sobre o petista. O vídeo foi publicado nas redes sociais de Cristiane Brasil (PTB), filha dele.

Após o episódio na casa de Jefferson, Moraes determinou uma nova ordem de prisão contra o ex-parlamentar , desta vez em flagrante, por suspeita de tentativa de homicídio dos dois policiais que ficaram feridos durante ação.

No texto, Moraes citou relatório da PF e o próprio vídeo de Jefferson , em que ele admite ter atirado contra os agentes. O ministro também afirmou que "qualquer autoridade" que tentasse retardar a prisão pela PF estaria sujeita a enquadramento por crime de prevaricação. O ministro ainda ressaltou que a corporação podia cumprir a ordem de prisão "a qualquer horário".

O ex-parlamentar se entregou à PF às 19h de domingo , após oito horas de resistência, e foi levado para a superintendência da corporação no Rio de Janeiro, onde chegou por volta das 21h. Na noite de segunda, 24 de outubro, Jefferson foi transferido do presídio de Benfica para a penitenciária Pedrolino Werling de Oliveira (Bangu 8) .

Entre no  canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo. Siga também o  perfil geral do Portal iG.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!