Cerimônia de posse da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, no Palácio do Planalto
Valter Campanato/Agência Brasil -12/01/2023
Cerimônia de posse da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, no Palácio do Planalto

A ministra da Igualdade Racial , Anielle Franco , foi eleita pela revista Time como uma das 12 mulheres do ano em 2023, sendo a única brasileira que entrou para a lista.

A ministra do  governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é irmã da vereadora Marielle Franco, assassinada a tiros em março de 2018, junto com seu motorista, Anderson Gomes .

A ministra disse que não esperava a homenagem e se emocionou ao comentar a indicação. "A gente sabe que tem feito um trabalho muito árduo. A minha vida literalmente mudou muito desde 2018. Eu saindo da sala de aula, acontece tanta coisa negativa... mas também a gente recebeu carinho de tanta gente", disse ela em entrevista à GloboNews .

"Tem sido um trabalho incansável, feito com afeto, com muito caráter e valor para manter a memória da Mari viva e chegar aonde estamos chegando hoje", acrescentou.

“Eu acho que é dar orgulho para minha mãe, para as minhas tias lá no Nordeste, para a minha avó. Eu sempre imagino que ela poderia estar nesse lugar aqui, mas eu também entendo o nosso valor e o quanto que a gente tem trabalhado”, continuou.

O que diz a publicação da Time

Na publicação, a revista destacou que  Anielle teve que assumir a dianteira na busca por justiça pela irmã e pelas causas que ela defende, com a igualdade racial .

A Time escreveu que a ministra tem 38 anos, a mesma idade que Marielle tinha quando foi morta, e hoje é chefe da pasta da Igualdade Racial do governo Lula, responsável por cobrar que o país dê chances às populações historicamente marginalizadas.

"Eu perdi o medo quando eles mataram a minha irmã. Agora eu luto por algo muito maior do que eu mesma", afirmou  Anielle à revista.

A Time ainda relembrou a trajetória de Anielle, que cresceu no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro , e começou a jogar vôlei aos 8 anos. Aos 16, ela teve a oportunidade de jogar nos Estados Unidos , onde permaneceu por 12 anos e estudou inglês e jornalismo em duas universidades historicamente negras. 

Em julho de 2018, a ministra foi uma das fundadoras do Instituto Marielle Franco , poucos meses após a morte da irmã. A ONG produziu dados sobre a desigualdade na sociedade brasileira, especialmente em relação às mulheres negras.

A revista também mencionou que, nas últimas eleições, um número recorde de mulheres negras concorreu a cargos eletivos, mas que, mesmo com a crescente, as eleitas ainda representam menos de 6% das cadeiras, em um país em que as mulheres negras são 28% da população.

Posse como ministra

Anielle tomou posse como ministra da Igualdade Racial em 11 de janeiro deste ano . Ela e a líder indígena Sônia Guajajara, que assumiu o comando do Ministério dos Povos Indígenas, foram as últimas ministras a tomarem posse no governo Lula.

A posse de Franco e Sônia Guajajara estava marcada para o dia 9, no entanto, o evento foi adiado por conta da invasão aos prédios dos Três Poderes no domingo, 8 de janeiro, e a destruição do Planalto .

A cerimônia contou com a presença do presidente Lula, do vice Geraldo Alckmin (PSB), da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), da primeira-dama Janja da Silva e de ministros do atual governo.

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