Lula com Anielle Franco e Sônia Guajajara
Reprodução: TV BRASIL - 11/01/2023
Lula com Anielle Franco e Sônia Guajajara

A líder indígena Sônia Guajajara assumiu nesta quarta-feira (11) o comando do Ministério dos Povos Indígenas . Na mesma cerimônia, Anielle Franco tomou posse do Ministério da Igualdade Racial . Elas foram as últimas ministras do governo de  Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a assumirem o cargo. 

A posse de Franco e Guajajara estava marcada para a última segunda-feira (9), no entanto, o evento foi adiado por conta dos atos golpistas na Praça dos Três Poderes no domingo (8) e a destruição do Planalto .

A cerimônia contou com a presença do presidente Lula, do vice Geraldo Alckmin (PSB), da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), da primeira-dama Janja da Silva e de ministros do atual governo.

Sônia Guajajara

Sônia Guajajara
Reprodução: TV BRASIL - 11/01/2023
Sônia Guajajara

A ministra dos Povos Indígenas iniciou o discurso defendendo a pluralidade e a diversidade no país. "A nossa posse aqui hoje, minha e de Anielle Franco, é o mais legítimo símbolo dessa resistência secular preta e indígena no Brasil", disse a indígena.

"Estamos diante de uma crise humanitária. Por isso, a criação do Ministério dos Povos Indígenas sinaliza para o mundo, o compromisso do Estado brasileiro com a emergência e justiça climática, além de inclusão, reconhecimento e início da reparação histórica, da invisibilidade e da negação de direitos", disse Guajajara.

A ministra defendeu também a existência dos povos indígenas.

"Estamos nas cidades, nas aldeias, nas florestas, exercendo os mais diversos ofícios que vocês puderem imaginar. Vivemos no mesmo tempo e espaço que qualquer um de vocês, somos contemporâneos deste presente e vamos construir o Brasil do futuro, porque o futuro do planeta é ancestral", disse Sônia Guajajara.

Anielle Franco

Anielle Franco durante discurso de posse
Reprodução: TV BRASIL - 11/01/2023
Anielle Franco durante discurso de posse

Anielle Franco, nova ministra da Igualdade Racial, começou o discurso agradecendo a irmã, Marielle Franco, assassinada em 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro.

"O fascismo, assim como o racismo, é um mal a ser combatido em nossa sociedade. Desde o dia 14 de março de 2018, dia em que tiraram Marielle da minha família e da sociedade brasileira, tenho dedicado cada minuto da minha vida a lutar por justiça, defender a memória, multiplicar o legado e regar as sementes de minha irmã", afirmou Anielle.

E acrescentou: "Não podemos mais ignorar ou subestimar o fato de que a raça e a etnia são determinantes para a desigualdade de oportunidades no Brasil em todos os âmbitos da vida. Pessoas negras estão sub-representadas nos espaços de poder e, em contrapartida, somos as que mais estamos nos espaços de estigmatização e vulnerabilidade".

"Enquanto houver racismo, não haverá democracia", disse Anielle.

A ministra finalizou mencionando mais uma vez a irmã vereadora do PSOL. "Nós estamos aqui porque temos um outro projeto de país. Um projeto de país onde uma mulher negra possa acessar e permanecer em diferentes espaços de tomada de decisão da sociedade, sem ter a sua vida ceifada com 5 tiros na cabeça", declarou a chefe da pasta da Igualdade Racial.

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