O ex-ministro Anderson Torres deve prestar novo depoimento à Polícia Federal na próxima segunda-feira, dia 23, às 10h30. Ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Torres está preso desde o último sábado (14) .
Na manhã dessa quarta (18), o ex-ministro da Justiça do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestou o primeiro depoimento à PF . Na ocasião, ele preferiu usar seu direito de ficar em silêncio .
Os policiais se dirigiram ao 4º Batalhão da PM, no Guará, local em que Torres está preso, por volta das 10h30 de ontem. O ex-secretário, porém, disse que não teria nada a declarar .
Ele é investigado por suposta omissão na contenção dos atos de vandalismo cometidos por bolsonaristas radicais nos prédios dos Três Poderes, em Brasília, no último dia 8 . No dia do ataque , Torres liderava a segurança pública do DF e estava de férias nos Estados Unidos.
A ordem de prisão contra o ex-secretário foi dada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Após a decisão, Torres embarcou na noite do dia 13 de volta para o Brasil e foi detido ainda no Aeroporto de Brasília .
Durante mandado de busca e apreensão na casa do ex-ministro, a PF encontrou uma minuta de decreto para Bolsonaro instaurar estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) . A medida serviria para mudar o resultado das eleições de 2022 , o que pode ser considerado inconstitucional.
Anderson Torres justificou dizendo que a minuta estava em uma "pilha para descarte" e que o documento foi "vazado fora de contexto" .
"Havia em minha casa uma pilha de documentos para descarte, onde muito provavelmente o material descrito na reportagem foi encontrado. Tudo seria levado para ser triturado oportunamente no MJSP", escreveu nas redes sociais.
"O citado documento foi apanhado quando eu não estava lá e vazado fora de contexto, ajudando a alimentar narrativas falaciosas contra mim. Fomos o primeiro ministério a entregar os relatórios de gestão para a transição. Respeito a democracia brasileira. Tenho minha consciência tranquila quanto à minha atuação como Ministro", completou.
No sábado, ele participou da audiência de custódia e o Ministério Público Federal defendeu a manutenção da prisão do aliado de Jair Bolsonaro.
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