O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública Anderson Torres
segue preso. Ele participou neste sábado (14) da audiência de custódia e o Ministério Público Federal defendeu a manutenção da prisão do aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro
(PL-RJ).
Torres estava nos Estados Unidos passando férias ao lado da sua família e retornou ao Brasil na manhã de hoje. Ele foi detido pela Polícia Federal ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Brasília. O ex-ministro precisou ser conduzido ao 4º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal.
A audiência de custódia serve para que o preso seja ouvido por um juiz, que tem a responsabilidade de avaliar se ocorreram eventuais ilegalidades na detenção. No caso de Anderson, a audiência foi feita pelo desembargador Airton Vieira, que faz parte do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, responsável por determinar a prisão de Torres.
Torres estava no país norte-americano com a família quando bolsonaristas invadiram e depredaram os prédios do STF, do Congresso Nacional e também do Palácio do Planalto. Ele foi exonerado do cargo de Secretário de Segurança do DF e passou a ser suspeito de ter sido omisso no episódio.
O ministro Alexandre de Moraes solicitou para a PF investigar se houve omissão e conivência de Anderson com o ato terrorista. “As omissões do Secretário de Segurança Pública e do Comandante Geral da Polícia Militar, detalhadamente narradas na representação da autoridade policial, verificadas, notadamente no que diz respeito à falta da devida preparação para os atos criminosos e terroristas anunciados, revelam a necessidade de garantia da ordem pública", disse Moraes.
Torres ficou incomodado com a suspeita e chegou a soltar nota para rebater as acusações. “Lamento profundamente que sejam levantadas hipóteses absurdas de qualquer tipo de conivência minha com as barbáries que assistimos. Estou certo de que esse execrável episódio será totalmente esclarecido, e seus responsáveis exemplarmente punidos".
O documento do golpe
No fim desta semana, a Polícia Federal encontrou na casa do ex-ministro uma minuta de decreto presidencial que sugeria a Bolsonaro uma intervenção no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Isso poderia fazer com que o ex-presidente anulasse o resultado das eleições no ano passado.
Pelas redes sociais, o ex-secretário do DF falou que o documento seria descartado e que Bolsonaro não chegou a receber o papel.
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