Coronel e comandante da Polícia Militar (PM-PR) Hudson Leôncio Teixeira
Reprodução / redes sociais - 03.11.2022
Coronel e comandante da Polícia Militar (PM-PR) Hudson Leôncio Teixeira

Vídeo que circula nas redes sociais mostra o coronel e comandante da Polícia Militar do Paraná (PM-PR) Hudson Leôncio Teixeira admitindo a um grupo de manifestantes que estava "prevaricando" ao permitir que o  bloqueio em rodovias continuasse parcialmente.

Os manifestantes protestam em vias por todo o país contra o resultado das eleições 2022 no último domingo (30), que marcou a  vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a derrota do atual mandatário .

Na declaração, o coronel mencionou a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que determinou o desbloqueio imediato das estradas na última segunda (31) , com punições aos manifestantes e ao diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em caso de descumprimento.

"É preciso que vocês também tenham bom senso senão a gente vai fazer o que a lei está determinando. Na verdade, a gente está prevaricando. Já deveria ter feito. Vamos começar a fazer multa para todo mundo, multa de trânsito e aquela multa de R$ 100 mil", afirmou o comandante aos apoiadores de Bolsonaro .

A prevaricação acontece quando um agente público não pratica, retarda ou executa parcialmente atos de ofício obrigatórios.

Em entrevista à RPC , afiliada da TV Globo , Hudson disse que prevaricou "tentando garantir um bem maior", citando o direito de ir e vir, e que ele tentou, primeiramente, mediar o conflito. A medida, de acordo com ele, é comum em "ações de choque e de uma negociação que estava sendo feita desde ontem, com a responsabilização das pessoas".

Ele também afirmou que poderia desbloquear as rodovias do Paraná a qualquer momento, mas com o uso de força.

"Eu consigo a qualquer momento se eu fizer uso da força. Só que eu tenho responsabilidade [...] Estou cumprindo a ordem que a justiça determina dentro de uma proporcionalidade, eu estou prevaricando no momento em que eu não faço o desbloqueio total da rodovia, que não consigo sem o uso da força, eu não consigo sem lesionar pessoas, eu não consigo fazer isso dessa forma."

"Diante dos ânimos que já estão muito acirrados nesses locais, levando em conta esse aspecto, eu estou prevaricando, sim, mas eu estou tentando garantir um bem maior que é primeiro o direito de ir vir, e a segurança e a saúde das pessoas", acrescentou.

Hoje, o  número de bloqueios passou a cair e novas interdições não foram registradas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). A queda começou a ser notada após o pedido de Bolsonaro em vídeo divulgado na noite dessa quarta-feira (2) nas redes sociais .

Na gravação, o mandatário pediu que os manifestantes desobstruíssem as rodovias pelo Brasil . O chefe do Executivo afirmou que a obstrução das vias prejudica o direito de ir e vir dos cidadãos.

"O fechamento de rodovias pelo Brasil, prejudica o direito de ir e vir das pessoas, está lá na nossa Constituição. E nós sempre estivemos dentro dessas quatro linhas. Tem que respeitar o direito de outras pessoas que estão se movimentando, além de prejuízo a nossa economia. Sei que a economia tem sua importância, né, sei que vocês estão dando mais importância a outras coisas agora. É legítimo. Mas eu quero fazer um apelo a você, desobstrua as rodovias. Isso daí não faz parte, no meu entender, dessas manifestações legítimas", afirmou Bolsonaro no vídeo, após dizer estar "chateado" com o resultado do pleito.

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