Ao anunciar a partida de Brasília até Vitória da Conquista, na Bahia, onde participará da inauguração de um aeroporto , o presidente Jair Bolsonaro disse que o governador do estado baiano, Rui Costa (PT), não autorizou a presença da Polícia Militar para a sua segurança no local. Nesta segunda-feira (22), Costa cancelou sua ida ao evento e acusou o governo federal de torná-lo uma “convenção político-partidária”.
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"Estou de partida para Vitória da Conquista para inauguração de aeroporto. Lamentável a decisão do governador da Bahia que não autorizou a presença da Polícia Militar para a nossa segurança. Pior ainda, passou a responsabilidade de tal negativa ao seu Comandante Geral", escreveu Bolsonaro no Twitter.
Em entrevista à "Rádio Metrópole", na manhã desta terça-feira (23), Rui Costa lamentou o fato de Bolsonaro ter, em sua opinião, "ódio pelo nordestino e ódio pelo povo baiano".
O presidente vai à Bahia quatro dias depois de fazer declarações polêmicas sobre o Nordeste , região em que tem a pior avaliação no Brasil. Apenas 25% dos nordestinos consideram o governo ótimo ou bom, segundo a última pesquisa Datafolha , de 4 e 5 de julho.
Na última sexta-feira, microfones da TV Brasil captaram o momento em que Bolsonaro falava com o ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) sobre "governadores de paraíba" . Criticado por nordestinos, que viram na expressão termo pejorativo para se referir a eles, o presidente negou tê-los criticado . Argumentou que apenas se referia aos governadores do Maranhão, Flávio Dino, e da Paraíba, João Azevêdo.
Nesta segunda-feira, conforme antecipou o colunista do Globo Lauro Jardim, Rui Costa decidiu não ir mais à inauguração do Aeroporto Glauber Rocha. Ele alegou que o governo federal quis fazer "uma inauguração restrita a poucas pessoas, escolhidas a dedo" e criticou o que chamou de "agressões ao povo do Nordeste e ao povo da Bahia" por parte de Bolsonaro.
O petista afirmou que convidou o governo federal para o evento por “boa educação”, mas que “infelizmente confundiram a boa educação com covardia". Segundo o governador, o último repasse do governo federal foi feito na gestão Michel Temer.
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Diante da polêmica, Bolsonaro tentará se blindar de protestos e buscar, mesmo em condições adversas, estabelecer uma agenda positiva na região. Segundo o porta-voz, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) não vê riscos na viagem.
Segundo o colunista Lauro Jardim, inicialmente eram cerca de 200 convidados para a inauguração do aeroporto. O número passou para 300 na última sexta-feira — dia das declarações sobre os governadores do Nordeste — e, ao longo do fim de semana, subiu para 600. Deste total, apenas cem convites eram para o governo da Bahia. O Planalto não comentou as críticas.