O presidente Jair Bolsonaro voltou a dizer, neste domingo, que não criticou o povo nordestino ao citar"governadores de paraíba " antes de início de café da manhã com correspondentes da imprensa estrangeira.
Pelo Twitter, Bolsonaro aproveitou a mensagem para atacar o general Luiz Rocha Paiva , integrante da Comissão de Anistia do governo federal que o criticara pelo comentário. Chamou-o de "melancia" — termo pejorativo para definir quem seria "verde" (neste caso, verde oliva, de militar) por fora e "vermelho" (esquerdista) por dentro.
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"'Daqueles GOVERNADORES... o pior é o do Maranhão'. Foi o que falei reservadamente para um ministro. NENHUMA crítica ao povo nordestino, meus irmãos. Mas o melhor de tudo foi ver um único general, Luiz Rocha Paiva , se aliar ao PCdoB de Flávio Dino , para me chamar de antipatriótico. Sem querer descobrimos um melancia, defensor da Guerrilha do Araguaia, em pleno século XXI", escreveu o presidente na rede social.
Na sexta-feira (19), microfones captaram trecho de conversa do presidente com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni . "Daqueles governadores de 'paraíba', o pior é o do Maranhão; tem que ter nada com esse cara", afirmou ele ao aliado. Alvo de críticas de nordestinos, incluindo artistas e políticos, Bolsonaro destacou mais tarde que se referia apenas a Flávio Dino, governador do Maranhão, e João Azevêdo, da Paraíba.
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Neste sábado, o general Rocha Paiva disse ao jornal "Estado de S. Paulo" que o comentário de Bolsonaro sobre os governadores nordestinos era "antipatriótico" e "incoerente".
“Tem que ter calma, mas mostrar para ele o quanto perdeu com essa grosseria com que menosprezou uma região do Brasil e seus habitantes. Um comentário antipatriótico e incoerente para quem diz 'Brasil acima de tudo'”, avaliou o militar, que negou ao jornal defender os governadores do Nordeste , mas sim, seus "irmãos nordestinos". “O Nordeste é o berço do Brasil. Sabia disto presidente?”
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Não é a primeira vez que Rocha Paiva critica o governo de Jair Bolsonaro e os filhos do presidente. No começo de julho, o general disparou mensagem no WhatsApp na qual chamava o vereador Carlos Bolsonaro de "pau-mandado do Olavo", em referência ao ideólogo da direita Olavo de Carvalho, como informou o colunista da ÉPOCA Guilherme Amado.