Segundo o dicionário, o processo de autofagia pode ser descrito como "ato de homem ou animal nutrir-se da própria carne" ou como o "processo de autodestruição de uma célula". A palavra, apesar de complicada e pouco conhecida, foi utilizada pela deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP) para classificar os últimos acontecimentos do governo e dar um "recado" ao presidente Jair Bolsonaro .
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Em publicações nas redes sociais, Janaína afirmou que o governo precisa ser plural para administrar um país como o Brasil, que a existência de "núcleos" é um dos maiores ativos do governo e que Bolsonaro não pode transformar o conflito em dinâmica de gestão.
"Acreditem, se o Presidente permitir a autofagia, será o fim. Um líder pode até se fortalecer do conflito, por um breve período. Quando o conflito se transforma em dinâmica de gestão, o risco imaginado passa a ser real", afirmou.
"Se já há uma decisão tomada, que seja de uma vez executada. Repetido sucessivas vezes o "modus operandi" fica claro até para aqueles que não querem ver", finalizou a deputada em seu Twitter.
A explicação para as postagens são os constantes confrontos que ocorrem internamente no governo Bolsonaro . No caso mais recente, o ministro Santos Cruz , da Secretaria de Governo, foi alvo de ataques e se tornou um dos assuntos mais comentados no Twitter ao longo do último domingo.
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Histórico de confrontos
Anteriormente, outros casos de críticas públicas já haviam trazido desconforto para o governo e, principalmente, para o presidente. O mais evidente foram os contínuos ataques de Olavo de Carvalho, Carlos e Flávio Bolsonaro ao vice-presidente Hamilton Mourão .
Em mais de uma oportunidade, o vereador condenou os posicionamentos do general, afirmando que ele ia contra o que o pai pregava e poderia trazer problemas ao governo, no que foi seguido pelo irmão. Já Mourão sempre adotou postura mais branda com os filhos do presidente.
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Entretanto, contribuiu para a situação de conflito ao atacar o ideólogo de direita, "guru" do governo, a quem classificou de astrólogo . Em resposta, Olavo disse que atitude do desafeto era de um "moleque analfabeto" .
Sobre o vice-presidente, Janaína chegou a se solidarizar e dizer que tinha pena dele , ao afirmar que dava "graças a Deus" por não ter aceitado convite de Bolsonaro para ocupar a posição no governo : "criam conspirações desnecessárias contra ele".