O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) disse nesta quarta-feira (24) que os ataques do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) contra ele nas redes sociais é página virada e repetiu que, quando um não quer, dois não brigam.
"O que é que eu falei ontem? Quando um não quer, dois não brigam . Então esse assunto, vira a página. Qual é a próxima (pergunta)?" respondeu Mourão ao ser questionado sobre o comportamento de Carlos.
O vice-presidente foi lembrado que o presidente Jair Bolsonaro (PSL), pai do vereador, pediu na terça-feira (23) por meio do porta-voz Otávio do Rêgo Barros um "ponto final" naquilo que o Planalto classificou como uma "pretensa discussão" entre os dois.
Na mesma linha do que havia dito na noite anterior, Mourão evitou opinar sobre que medidas o presidente deveria tomar diante das declarações do filho Carlos contra ele, e pregou cautela.
"Eu acho que pai e filho é pai e filho, não tem essas desavenças, né? Vamos aguardar, gente. Falei ontem a frase da minha mãe. Dê tempo ao tempo", disse.
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Ele foi indagado, então, se o que tem acontecido nas redes sociais não era motivo para uma conversa entre ele e o presidente. Até o momento, segundo o próprio vice, isso não aconteceu.
"Sim, tudo é motivo, mas a gente procura levar sem aumentar as tensões. As tensões do dia-a-dia já são suficientes. A gente não precisa aumentar isso aí, tá bom", afirmou. "Converso a hora que for necessário, né?", complementou.
O vice-presidente disse ainda não que não sabe se há uma orientação da equipe de comunicação para que o presidente diminuísse suas postagens nas redes sociais, porque “isso aí” não passa por ele. A última publicação de Bolsonaro ocorreu há três dias, no domingo de Páscoa. No mesmo dia, um vídeo com críticas do idéologo de direita Olavo de Carvalho a militares, que levou discórdia ao Planalto.
"Geral é a busca da gente unificar o discurso. Foi o que o presidente recomendou ontem na reunião (ministerial)."
Em tom de brincadeira, Mourão disse que pensou que os repórteres fossem questioná-lo como foi o almoço com os embaixadores na União Europeia, momentos antes. Relatou então que os diplomatas fizeram muitas perguntas sobre as metas do governo e que ele falou sobre a aprovação da reforma da Previdência.