A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que, na Ucrânia , cerca de 10 milhões de pessoas já estão sem energia e, com a chegada do inverno , até três milhões podem precisar sair de casa em busca de condições mínimas de sobrevivência.
"O inverno vai ameaçar a vida de milhões de pessoas na Ucrânia", disse Henri Kulge, representante da OMS na Europa, que está em visita ao país. "A devastadora crise da energia, a grave emergência de saúde mental, restrições ao acesso humanitário e o risco de doenças virais farão do inverno um teste formidável para o sistema de saúde da Ucrânia e para os ucranianos, e também para o mundo e seu compromisso de apoiar a Ucrânia."
Em comunicado, o diretor regional da organização listou a destruição causada na infraestrutura básica da Ucrânia , como a hospitais e sistemas de geração e transmissão de energia. Ele também afirmou que 703 ataques a instalações de saúde desde o início da guerra, em fevereiro deste ano , "violam as leis humanitárias e os códigos de guerra". De acordo com o representante, os próximos meses serão "sobre a sobrevivência" dos ucranianos.
"Esperamos que de 2 a 3 milhões de pessoas tenham que sair de casa em busca de aquecimento e segurança. Elas enfrentarão desafios únicos de saúde, como infecções respiratórias, incluindo a Covid-19, pneumonia e gripe, além do sério risco de difteria e sarampo", escreveu ele. "A guerra entrou em seu 9º mês, e 10 milhões de pessoas podem sofrer de estresse, depressão, uso de drogas e transtorno de estresse pós-traumático."
Além dos riscos apontados pela OMS, o Programa Mundial de Alimentos afirmou que um em cada três ucranianos enfrenta insegurança alimentar, e 15,7 milhões de pessoas dependem de assistência humanitária. O representante da agência da Organização das Nações Unidas (ONU) na Ucrânia , Matthew Hollingworth, declarou que o que agrava a crise é a alta nos preços de alimentos e itens básicos.
Dados de outubro divulgados pelo Banco Mundial mostram que 25% da população estará abaixo da linha da pobreza até o final deste ano, contra 2% antes do começo da guerra. O índice pode chegar a 55% até o final do ano que vem.
Em meio à crise humanitária, o governo do presidente Volodymyr Zelensky deu início à retirada voluntária de civis que ainda estão em Kherson, após passar meses sob domínio russo. Embora a Ucrânia tenha retomado o controle no início de novembro, a cidade hoje está sem água, luz e aquecimento, fazendo com que os moradores tenham que ficar horas em filas para obter água e a pouca quantidade de alimento disponível.
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