O alto comissário das Nações Unidas para Refugiados, Filippo Grandi, alertou nesta segunda-feira (7), dia que marca a abertura oficial da COP27 , no Egito, para o crescente número de pessoas obrigadas a deixar suas casas devido à crise climática .
"Não podemos deixar que milhões de deslocados e quem os abriga enfrentem sozinhos as consequências das mudanças climáticas", declarou o italiano em uma nota.
"70% dos refugiados e deslocados do mundo são provenientes dos países mais vulneráveis ao clima, como Afeganistão, República Democrática do Congo, Síria e Iêmen. São países com um interesse enorme nas discussões sobre a crise climática, mas que frequentemente acabam excluídos", acrescentou Grandi.
O alto comissário da ONU ainda disse que somente "uma ação corajosa e um aumento massivo dos financiamentos para a mitigação e adaptação climática podem aliviar as consequências humanitárias atuais e futuras da crise".
Pontos a serem abordados na COP27
A COP27 , que acontece em Sharm el Sheikh, tem como principal objetivo garantir a implementação plena do Acordo de Paris , vai contar com representantes de mais de 190 países e será finalizada no dia 18 de novembro.
Na edição de 2021, diversos países concordaram em apresentar este ano metas com enfoque na melhora do cenário do clima no mundo. No entanto, segundo as Nações Unidas, até o momento, apenas 23 dos 196 países apresentaram algum plano.
As promessas vão desde o comprometimento em usar 100% das energias renováveis entre 2030 e 2050 a manter o aumento médio da temperatura mundial abaixo de 1,5º C nos próximos anos.
Ondas de calor, secas, e chuvas se tornando cada vez mais raras em países do Oriente Médio e do norte da África fizeram com que milhões de pessoas se deslocassem de seus locais de origem em uma evento chamado de "migração climática". Esse é outro ponto a ser bastante discutido no evento.
De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), "cerca de 90% dos refugiados vêm de países mais vulneráveis e menos preparados para se adaptar aos impactos das mudanças climáticas".
O continente africano e o Egito e o continente também serão centros de algumas das discussões da COP27. É a quarta vez que na história em que o evento é sediado em um país da África .
A pandemia da Covid-19, a guerra na Ucrânia e catástrofes climáticas abalaram a distribuição mundial de alimentos e pioraram os índices alimentares e de pobreza ao redor do mundo nos últimos anos.
O diretor do PMA (Programa Mundial de Alimentos), Michael Dunford, alertou que milhões de pessoas no Chifre da áfrica, localizado no nordeste do continente, estão enfrentando uma grave escassez de alimentos, e que 'o pior da crise' pode vir em 2023.
A Organização das Nações Unidas pede que a COP27 faça a adoção de mecanismos para que assegure que investimentos cheguem à essa região para ajudar os mais afetados.
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