A COP27 começou neste domingo (6) no Egito
Crédito: Onu Mudanças Climáticas
A COP27 começou neste domingo (6) no Egito

Começou neste domingo (6) em Sharm el-Sheikh, no Egito, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, COP27 . O evento, que tem como principal objetivo garantir a implementação plena do Acordo de Paris, vai contar com representantes de mais de 190 países e será finalizado no dia 18 de novembro.

Este ano o evento ocorre em meio a alertas de especialistas sobre a necessidade de cumprir acordos relacionados às mudanças climáticas, a dura crítica de ativistas á conferencia e a guerra na Ucrânia. 

Confira os principais pontos abordados na COP27:

Promessas de mudança

Na edição de 2021, diversos países concordaram em apresentar este ano metas com enfoque na melhora do cenário do clima no mundo. No entanto, segundo as Nações Unidas, até o momento, apenas 23 dos 196 países apresentaram algum plano.

As promessas vão desde o comprometimento em usar 100% das energias renováveis entre 2030 e 2050 a manter o aumento médio da temperatura mundial abaixo de 1,5º C nos próximos anos.

Protestos

Visando que autoridades avancem nas discussões sobre o clima, ativistas de todo mundo estão no Egito. No entanto, este ano os protestos já começaram por conta da escolha do país sede.

A ONG internacional Human Right Watch divulgou um comunicado com criticas ao Egito. Segundo eles, autoridades do país restringiram grupos ambientalistas e de realizar políticas independentes para proteger o meio ambiente.

"Essas restrições violam os direitos à liberdade de reunião e associação e ameaçam a capacidade do Egito de cumprir seus compromissos ambientais e de ação climática, já que o Egito sedia a cúpula climática da COP27 em novembro de 2022", afirma a nota.

Já a jornalista e ativista ambiental britânica Naomi Klein classificou a Conferência como uma 'Cúpula do Clima Carcerária'. Ela também acusou o Egito de ser um regime autoritário, e afirmou que a Cop-27 deveria discutir essa questão.

Guerra entre Rússia e Ucrânia

A invasão da Rússia à Ucrânia, que teve início em 24 de fevereiro, afetou de forma direta a discussão sobre o clima no mundo, em especial nos países europeus.

Em respostas às sanções europeias à Rússia pela guerra, Vladimir Putin afirmou que não irá comparecer ao evento. Em meados de 2022, o presidente russo cortou o fornecimento de gás natural para a Europa Ocidental, o que obrigou vários países a adotarem medidas alternativas para o fornecimento de energia á população.

Como medida de emergência, países como Alemanha, Itália, Países Baixos, Grécia, Polônia e Hungria tiveram que aumentar a queima de carvão em centrais para repor a falta do gás russo.

Aumento da temperatura no mundo

Em 2015, 195 países se comprometeram a manter o aumento da temperatura do planeta abaixo dos 2ºC, quando comparado à temperatura média do mundo pré-revolução industrial.

Um estudo da AIE projetou que se todos os acordos assinados no Pacto de Glasgow, na COP 26, forem cumpridos a temperatura global poderia ficar em 1,8ºC. No entanto, a Agência alertou o planeta está em curso para um aumento de 2,5°C, sem caminhos possíveis para reversão tendo em vista o cenário atual.

Migração climática

Ondas de calor, secas, e chuvas se tornando cada vez mais raras em países do Oriente Médio e do norte da África fizeram com que milhões de pessoas se deslocassem de seus locais de origem em uma evento chamado de "migração climática".

De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), "cerca de 90% dos refugiados vêm de países mais vulneráveis e menos preparados para se adaptar aos impactos das mudanças climáticas".

Ajuda ao continente africano

O continente africano e o Egito e o continente serão o centro de algumas das discussões da COP27. É a quarta vez que na história em que o evento é sediado em um país da África.

A pandemia da Covid-19, a guerra na Ucrânia e catástrofes climáticas abalaram a distribuição mundial de alimentos e pioraram os índices alimentares e de pobreza ao redor do mundo nos últimos anos.

O diretor do PMA (Programa Mundial de Alimentos), Michael Dunford, alertou que milhões de pessoas no Chifre da áfrica, localizado no nordeste do continente, estão enfrentando uma grave escassez de alimentos, e que 'o pior da crise' pode vir em 2023.

A Organização das Nações Unidas pede que a COP27 faça a adoção de mecanismos para que assegure que investimentos cheguem à essa região para ajudar os mais afetados.

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