O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que teve uma conversa longa com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. A pauta do encontro abordou desde a relação comercial entre os dois países até o conflito com a Ucrânia .
"Estive há pouco conversando com o presidente Putin, mais de duas horas de conversa, tratamos de muita coisa", contou Bolsonaro, em entrevista coletiva realizada minutos atrás. "A questão dos fertilizantes foi uma das mais importantes, tratamos do nosso comércio. E, obviamente, ele falou alguma coisa da Ucrânia que eu me reservo aí como segredo de não entrar em detalhes da forma como vocês gostariam", acrescentou.
O Brasil tem evitado posicionamentos enfáticos contra a atitude da Rússia. O presidente ressaltou que a ordem é para manter cautela
antes de fazer qualquer declaração e buscar a paz entre os dois países do leste europeu.
"Não podemos, ao tentar solucionar um caso, que é grave - ninguém é favorável à guerra em lugar nenhum -, mas trazermos problemas gravíssimos pra toda humanidade e para o nosso país também, que está nesse contexto", defendeu Bolsonaro.
A Rússia declarou guerra contra a Ucrânia
porque o governo de Volodymyr Zelensky demonstrou interesse em integrar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar do Ocidente. Desde quinta-feira (24), tropas russas bombardeiam o território ucraniano
.
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Em meio a isso, a posição do Brasil é delicada, já que uma semana atrás, Bolsonaro esteve com Putin. O chefe do Executivo brasileiro ignorou as recomendações de especialistas em Relações Internações
e manteve sua agenda em Moscou para tratar sobre fertilizantes, essenciais para o agronegócio no Brasil.
"Quando se fala em sanções econômicas, cada país bota na mesa qual é o tópico 'desde que isso fique de fora'. A Alemanha, por exemplo, não aceita falar em sanção econômica do gás, óbvio, assim como outros países da Europa. Estados Unidos também tem essa área que não aceita discutir sanções. No Brasil, nós sabemos que, apesar da nossa cadeira não ser permanente, nós temos voz e voto. Pra nós, a questão dos fertilizantes é sagrada", frisou o presidente, ao se referir à condição do Brasil no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
Na sexta (25), o Brasil votou a favor da resolução que condenava a invasão
, mas o texto foi vetado pelo embaixador russo. Como esperado, o representante do governo Putin não apoiou a definição de sanções a seu próprio país.
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