Talibãs no Palácio presidencial do Afeganistão
Reprodução/Al Jazeera
Talibãs no Palácio presidencial do Afeganistão

O grupo fundamentalista islâmico  Talibã começou a arquitetar o novo governo do Afeganistão , após ter conquistado a cidade de Cabul no domingo (15) . Ashraf Ghani, presidente do Afeganistão, fugiu quando soube da invasão . Segundo ele, para 'evitar um banho de sangue'. 

O grupo extremista recebeu apoio implícito do Ocidente.  A saída dos EUA do Afeganistão e o discurso do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, comprovam os fatos. Johnson foi firme ao dizer que não deveriam reconhecer o Talibã como poder, mas logo mudou o tom. 

"Nós vamos julgar esse regime baseado nas escolhas que ele fizer, e por suas ações, não suas palavras, sua atitude acerca do terrorismo, crime e narcóticos, assim como acesso humanitário e os direitos de meninas de receber educação", disse o ministro-britânico nesta quarta, 18.

O movimento islamita se mostra mais pacífico desta vez, diferentemente do regime que conduziu de 1996 a 2001, após ganhar a guerra civil afegã que emergiu dos escombros da ocupação soviética de 1979-1989.

Ainda, ao ocuparem Cabul, os talibãs disseram que vão respeitar as mulheres , que eram seres invisíveis e oprimidos no seu governo, a imprensa e que perdoariam os antigos inimigos. 

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Na origem do Talibã, o grupo pertence à etnia pashtun, segunda maior comunidade do Afeganistão. E, de acordo com a história, possuem um passado turbulento e violento. Entre 1996 e 2001, os talibãs protegeram a Al-Qaeda e tiveram ligações com Osama Bin Laden.

Ademais, ao implementarem leis islâmicas estritas aos afegãos durante o primeiro governo, deixaram minorias como os hazaras e xiitas em maus lençóis por quatro anos. Contudo, mesmo com a suposta evolução do grupo extremista, há muitos cidadãos com medo. Segundo a Folha,  jornalista Ahmed Ali afirmou que ele e sua família seguiam escondidos perto de Cabul, e que há mensagens no celular os alertando  sobre batidas atrás de pessoas ocidentais.

Segundo a Reuters, o Talibã ordenou para que não fosse celebrado a conquista de Cabul do jeito tradicional, com tiros para o alto, saques e o  assassinato de um cidadão.

Nesta quarta, houve confusão a 150 km da capital, em Jalalabad.  Os moradores  tentaram impedir os talibãs de colocar a sua bandeira no lugar da nacional numa praça da cidade e pelo menos três pessoas morreram.

Dessa forma, o incidente pode não significar uma guerra civil, já que o grupo extremista segue estável. Porém, de acordo com a Folha , o Talibã está mostrando uma versão "light" do regime, mas para os afegãos, a realidade pode ser diferente.


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