O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete aliados na ação que apura as supostas tentativas de golpe de Estado em 2022 começou nesta terça-feira (2), no Supremo Tribunal Federal (STF) . Os desdobramentos do caso e as falas das autoridades envolvidas no processo têm repercutido nas redes sociais, em que usuários se dividem entre pedir a condenação e a absolvição do ex-mandatário.
A repórter do iG, Aline Brito, acompanha o julgamento ao vivo diretamente da sede do STF em Brasília.
Na manhã desta terça, entre os assuntos mais comentados da rede social "X" estavam as hashtags #BolsonaroFree e #BolsonaroPreso . Os posicionamentos não se restringiram apenas a usuários comuns, e ganharam forças dos dois lados com publicações de políticos como o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) , pela libertação de Bolsonaro, e o deputado do DF Fábio Felix (PSOL), pela condenação.
Pedidos de libertação
Fortalecendo a #BolsonaroFree , apoiadores anônimos e famosos se manifestaram nas redes logo no começo do primeiro dia de julgamento, por volta das 9h. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do ex-mandatário, declarou: “Tentaram te derrubar mil vezes, mas a cada queda você voltava mais forte! Não importa o tamanho do inimigo ou quanto ele jogue sujo, você lutou por nós e o povo brasileiro luta por você agora! #BolsonaroFree”.
Já o líder da oposição na Câmara dos deputados, Zucco (PL-RS) publicou: “Estamos juntos, capitão! Não vamos desistir do Brasil!” . A hashtag liderava os assuntos do momento durante a manhã.
Pedidos de condenação
Além da #BolsonaroPreso , outros termos como "Bolsonaro condenado" e #BolsonaroNaCadeia também apareceram como os principais assuntos do dia nas redes sociais nesta terça.
O deputado federal Reimont (PT-RJ) publicou: "É pela tentativa de golpe, mas também não podemos esquecer da omissão, das vidas perdidas, das famílias despedaçadas" , enquanto o também deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) disse: "Hoje é um dia histórico para o Brasil. Que a Justiça seja feita."
Julgamento
No julgamento que se iniciou nesta terça, Bolsonaro e outros sete réus respondem pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolir violentamente o Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Os oito são apontados como o "núcleo crucial" que teria comandado as supostas tentativas de golpe de Estado, em 2022. São eles: Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-diretor-geral da Abin); Almir Garnier Santos (almirante e ex-comandante da Marinha); Anderson Torres (ex-ministro da Justiça); Augusto Heleno (general da reserva e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional); Jair Bolsonaro (ex-presidente da República); Mauro Cid (tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, delator do caso); Paulo Sérgio Nogueira (general e ex-ministro da Defesa); e Walter Braga Netto (general da reserva e ex-ministro da Casa Civil e da Defesa).
Para o procurador-geral da República, Paulo Gonet, Bolsonaro seria o principal articulador e o maior beneficiário dos atos realizados contra o Estado Democrático de Direito.
O julgamento deve durar até o próximo dia 12, seguindo os ritos previstos no STF. A defesa de todos os réus terão prazo de uma hora para apresentar seus argumentos às acusações. Durante as alegações finais, a defesa de Bolsonaro e de todos os outros réus negaram os crimes.