Novas imagens e detalhes do assalto a um avião-pagador na pista de um aeroporto no Rio Grande do Sul , ocorrido no dia 19 de junho deste ano, mostram os criminosos disfarçados e o armamento pesado utilizado no crime. Em poucos minutos, os bandidos levaram cerca de R$ 14 milhões. As imagens foram obtidas pelo Fantástico.
Os nove criminosos usaram roupas parecidas com as de agentes da Polícia Federal e chegaram até a pista de pousos e decolagens. O alvo foi um avião que estava sendo abastecido com R$ 30 milhões da Caixa Econômica Federal .
Ligação com facção criminosa
Segundo as investigações, parte do grupo tem ligações com o PCC e já havia participado de pelo menos 23 ataques a empresas de transporte de valores. Os bandidos estavam armados com fuzis e metralhadoras .50 e trocaram tiros com os vigilantes da empresa transportadora de valores.
De acordo com as investigações, a ação foi orquestrada pelo PCC e pela facção gaúcha Bala na Cara. Fotos mostram como ficaram o avião e o carro-forte durante a ação neste que foi o maior assalto do Rio Grande do Sul.
“Não tenho assim lembrança ou registro que tenham conseguido retirar assim tanto dinheiro em espécie em apenas um roubo”, afirma Celso Três, procurador da República.
Na fuga, os criminosos deixaram para trás uma das caminhonetes, carregada com mais de R$ 15 milhões. Em seguida, largaram os carros em uma área rural. Depois de abandonar os veículos, os criminosos utilizaram uma van escolar para deixar o RS e não chamar atenção da polícia.
Preparo e experiência
“Um conhecimento prévio, equipamentos militares que exigem que o atirador tenha um conhecimento realmente específico para manobrar, como trocas de carregadores, como posturas de abrigo, anteparo”, afirmou Márcio Teixeira, delegado Polícia Federal, em entrevista ao Fantástico.
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Para a polícia, o grupo já tinha participado de mais de 20 assaltos a carros-fortes, bancos e aeroportos em todo o país. Até o momento, dezessete pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal e irão a julgamento. Dos R$ 14 milhões roubados, só R$ 70 mil foram recuperados até agora.
“Nós temos: latrocínio, um consumado, depois nós teremos o delito de lavagem de dinheiro. Mas o fundamental dessas figuras é que elas sejam isoladas das ruas, não na cadeia mais próxima, mas que elas têm um isolamento em estabelecimentos prisionais federais. Isto é fundamental”, afirma Celso Três, procurador da República.
Conclusão das investigações
O inquérito sobre o assalto, realizado em junho de 2024 no Aeroporto Hugo Cantergini, em Caxias do Sul (RS), teve sua conclusão feita no início de setembro. Ao todo, foram 70 dias de apuração.
O relatório final da Operação Elísios (nome em homenagem ao agente morto no confronto) identificou o envolvimento de 19 pessoas no crime, das quais 17 foram indiciadas. Dentre os suspeitos, 12 estão presos preventivamente e outros dois foram mortos em confrontos com as autoridades no Rio Grande do Sul e em São Paulo. Além das prisões, a operação resultou no cumprimento de 12 mandados de busca, na apreensão de 26 veículos e na representação para o sequestro de 19 contas bancárias e quatro imóveis.
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