Amadeu França, advogado da família da professora Elisabete Tenreiro, de 71 anos, morta no ataque
Letícia Martins / iG - 27.03.2023
Amadeu França, advogado da família da professora Elisabete Tenreiro, de 71 anos, morta no ataque

O advogado da família da  professora Elisabete Tenreiro, de 71 anos, que morreu após o ataque a faca na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia , em São Paulo , disse que o autor do atentado havia agredido o próprio irmão uma semana atrás.

Amadeu França relatou ter conversado com a mãe do adolescente de 13 anos responsável pelo crime e ela contou a ele da discussão que o jovem teve com o irmão. "Ela me relatou algo que aconteceu uma semana atrás, em que o menor acordou de manhã, o irmão dele estava na mesa tomando café, e ele já chegou agredindo, dando socos no irmão dele", disse o advogado.

"O irmão dele, sem saber o que tinha acontecido, o questionou e ele respondeu: 'Olha, eu estou estressado e é por isso que eu quis te dar um soco'", afirmou França, acrescentando que ninguém da família do adolescente sabia do plano de ataque contra os alunos e professores .

De acordo com o advogado, a mãe do agressor havia dito que faria uma espécie de reunião com os filhos hoje para entender o que tinha acontecido, mas acabou não tendo tempo.

Professora morta já tinha se aposentado

O advogado da família de  Elisabete disse que a professora já tinha se aposentado, mas tinha decidido voltar a lecionar. "Eu fui aluno dela também, há quase 30 anos, e, infelizmente, aconteceu essa tragédia quando ela estava fazendo o que ela mais gostava, que era dar aula", afirmou. "Ela tinha se aposentado em 2015 e resolveu voltar a dar aula. E, infelizmente, ela acabou sendo vítima dessa fatalidade."

Elisabete Tenreiro sofreu uma parada cardíaca e morreu no Hospital das Clínicas  ainda nesta manhã. Outros duas professoras e um aluno ficaram feridos após o ataque

O advogado disse que ainda não se sabe se a professora foi atacada aleatoriamente pelo agressor ou se já era um alvo dele quando planejou o atentado na escola . "Até agora não temos se já tinha alguma rixa, alguma discussão ou coisa anterior", disse ele, afirmando ter recebido uma prévia do boletim de ocorrência, mas que, como as testemunhas estão sendo ouvidas , ele ainda não foi finalizado.

Até o momento,  32 pessoas já prestaram depoimento na 34º DP, entre elas, o próprio responsável pelo atentado, professores e alunos da escola. 

Ao iG , o delegado Marcos Vinicius Reis, do 34ºDP, afirmou que o  agressor vai ser levado para o Fórum Brás (Varas Especiais da Infância e Juventude), em São Paulo.

Amadeu França também falou sobre a professora de educação física Cíntia, que conseguiu imobilizar o adolescente e fazer com que a faca fosse retirada da mão dele . "Eu conversei com a Cintia e ela foi uma heroína, se não fosse a atitude dela, com certeza uma tragédia maior teria acontecido. Ela falou que escutou gritos, viu as pessoas saindo correndo e foi em direção, e aí ela conseguiu imobilizar o menor, dando uma gravata nele, impedindo que ele viesse a cometer mais um homicídio", acrescentou.

Câmeras de segurança de uma das salas de aula flagraram o momento em que o agressor golpeia uma professora nas costas e, quando tenta ferir mais uma vítima,  outra professora o agarra por trás para retirar a arma branca da mão dele. Enquanto ela segura o adolescente, uma terceira aparece para arrancar a faca que ele portava.

Horas após o ocorrido, a rua da escola ficou bloqueada pela Companhia de Engenharia de Trafego (CET)  enquanto viaturas da Polícia Militar faziam a escolta do local.

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