O governo da Bahia decidiu que vai aceitar a ajuda humanitária oferecida pela Argentina mesmo após a negativa do governo federal. Na quarta-feira (29), o Ministério das Relações Exteriores formalizou a dispensa de apoio diante de uma das maiores tragédias enfrentadas pela população da Bahia.
O estado tem, de acordo com números atualizados ontem pela assessoria do governo, 629.398 pessoas afetadas pelas chuvas que devastaram cidades neste mês.
"Me dirijo a todos os países do mundo: a Bahia aceitará diretamente, sem precisar passar pela diplomacia brasileira, qualquer tipo de ajuda neste momento", publicou o governador Rui Costa (PT) no Twitter por volta das 14h10 desta quinta-feira (30). O gestor disse que o governo argentino insistiu na oferta apesar da postura da União.
Em meio a isso, Rui ressalta que a população precisa "de todo tipo de ajuda" . "Estamos trabalhando muito, incansavelmente, para reconstruir as cidades e as casas destruídas, mas a soma de esforços acelera este processo, portanto é muito bem-vinda qualquer ajuda neste momento", frisou.
A declaração vai na contramão do que disse o presidente Jair Bolsonaro (PL), que não veio à Bahia para acompanhar de perto a tragédia causada pelas enchentes. Mais cedo, o chefe do Executivo nacional disse que o apoio da Argentina "não seria necessário naquele momento" . Ele próprio curte férias em Santa Catarina e é representado por ministros no território baiano.
Estragos na Bahia
Cidades do Sul, Extremo Sul, Sudoeste e do Recôncavo baiano têm sofrido com fortes chuvas desde o início do mês. Os temporais devastaram diversos municípios, provocaram a morte de 24 pessoas e deixaram outras 434 feridas. Há ainda 37.324 desabrigadas e 53.934 desalojadas, segundo o balanço divulgado pela Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec) na noite de ontem.