Momento em que o sequestrador é rendido pela polícia na rodoviária Novo Rio
Reprodução / Globonews
Momento em que o sequestrador é rendido pela polícia na rodoviária Novo Rio

Autor do sequestro de um ônibus na Rodoviária do Rio e que manteve 16 pessoas reféns por cerca de 3 horas na terça-feira (12),  Paulo Sérgio de Lima relatou à polícia que imaginava estar cercado por policiais desde que comprou uma passagem de ônibus para Minas Gerais.

Paulo  disse em depoimento que era ligado ao Comando Vermelho (CV) de Muzema e que, durante uma briga, havia baleado um traficante da Rocinha, dominada pela facção. Com medo, decidiu fugir para o estado mineiro. No momento, a polícia está investigando se isso é verdade.

Motivação do sequestro

O homem chegou ao guichê da Viação Sampaio às 13h51min. Lá, comprou em espécie a passagem para a cidade de Juiz de Fora, que partiria às 14h30 do mesmo dia. "Ao efetuar o pagamento, Paulo tirou um saco de dinheiro e achou que aquilo chamou a atenção das pessoas, que para ele seriam policiais", disse o delegado Mário Andrade da 4ª DP.

O autor do crime, mesmo desconfiado, resolveu embarcar no ônibus. Assim que adentrou o local, devaneou ao achar que os passageiros eram policiais. "Houve a falha mecânica, o motorista pediu auxílio e saiu do coletivo. Paulo, nesse momento, achou que os policiais iriam pegá-lo. Quando alguns passageiros começaram a entrar no ônibus, ele achou que seriam policiais e disse que entregaria sua arma. Um se assustou com sua fala e saiu correndo, foi quando Paulo efetuou os disparos ", completou o delegado.

Os tiros atingiram Bruno Lima da Costa, 34, servidor público da Petrobras. Até a manhã desta quarta-feira (13), seu estado de saúde era considerado grave.  A polícia também afirmou que Paulo atirou contra policiais que faziam a negociação.

Investigação

Agora, a corporação quer esclarecer se Paulo Sérgio realmente seria integrante do Comando Vermelho (CV). Duas pessoas sem quaisquer relações com o sequestro foram à delegacia e o apontaram como um assaltante que agia tanto na Rocinha, como em São Conrado. Uma das testemunhas disse ter sido vítima de roubo efetuado pelo sequestrador no domingo (10).

O CV não tolera roubos no entorno das comunidades que ela comanda. Por isso, a polícia busca entender se Paulo estava fugindo por ter sido descoberto pela facção.

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