A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) alertou a Justiça seis vezes sobre a possível violação do uso da tornozeleira eletrônica de Paulo Sérgio Lima, que manteve 16 reféns em um ônibus na Rodoviária do Rio nesta terça-feira (12).
Paulo Sérgio foi detido pela primeira vez em 2019 por assaltar um ônibus. A princípio, ficou em regime fechado, depois passou pelo semiaberto, e por fim, para prisão domiciliar, quando passou a utilizar tornozeleira. O primeiro registro de violação por mau uso é de 2 de agosto de 2022.
Os outros cinco foram informados no mesmo ano, em 4 e 27 de agosto, depois em 23 de setembro, 19 de outubro e 22 de novembro. Em 2023, o Ministério Público pediu que ele retornasse ao semiaberto por conta da violação.
Em documentos da Coordenação de Monitoramento e Dispositivos Eletrônicos da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária, foi apontado que "o monitoramento se encontra prejudicado, visto que o equipamento estando desligado/rompido não é possível obter a localização do monitorado". A desativação do aparelho foi realizada em novembro de 2022.
O sequestro
O caso começou por volta das 15 horas, quando Paulo Sérgio de Lima, um homem de 29 anos, atirou em duas pessoas na rodoviária. Em seguida, ele invadiu um ônibus da empresa Viação Sampaio, que tinha como destino a cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais.
O homem fez 16 pessoas reféns, dentre estas, algumas crianças e idosos. Ao longo do período de negociações com profissionais do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), Paulo atirou duas vezes na direção dos policiais. Ele se entregou três horas depois do início do sequestro.