O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reagiu, nesta terça-feira (15), à alegação final da Procuradoria-Geral da República (PGR), que pediu a condenação dele e de outros sete aliados por tentativa de golpe de Estado .
Em entrevista à CNN, Bolsonaro negou a acusação feita pela PGR e criticou a investigação da Polícia Federal sobre as supostas tentativas de abolição do Estado Democrático de Direito .
" Eu estou indignado [com as alegações finais da PGR]. Que acusação é essa? Que fumaça é essa? Querem me condenar a 43 anos de cadeia por isso? Não houve nem tentativa, nem cogitação de nada ", afirmou.
Possível pena
Como apurou o Portal iG, caso seja condenado pelos cinco crimes dos quais é acusado, Bolsonaro pode pegar até 43 anos de reclusão, em caso de penas máximas . Os outros sete réus do chamado "núcleo crucial" também podem ser condenados pelos mesmos crimes, assim como pedido pelo Procurador-Geral da República, Paulo Gonet.
Os crimes que os oito são réus no Supremo Tribunal Federal são: liderança de organização criminosa armada; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência ou grave ameaça; e deterioração de patrimônio tombado.
A condenação ou absolvição será definida pela Primeira Turma do STF, em julgamento final sem data marcada até o momento.
Críticas à PF
Ainda na entrevista concedida à CNN, Bolsonaro criticou a condução das investigações da Polícia Federal e a delação premiada acordada com Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do governo.
“A Polícia Federal coloca palavras na minha boca. É um processo que não tem cabimento. Não existe golpe nenhum”, afirmou Bolsonaro.
Segundo o ex-presidente, a investigação é uma perseguição política contra ele. Acrescentou ainda dizendo que a delação de Cid "é uma vergonha", e que "o próprio procurador Gonet deveria ser denunciado pelo que está acontecendo”.
As declarações de Jair Bolsonaro foram dadas um dia após a divulgação do parecer da PGR sobre o julgamento das supostas tentativas de golpe e nas ações antidemocráticas do dia 8 de janeiro de 2023.
Alegações finais
Na noite de segunda-feira (14), Paulo Gonet enviou a Alexandre de Moraes, ministro do STF relator do caso, mais de 500 páginas com as alegações finais contra cada um dos oito acusados do "núcleo crucial" que teriam liderado organização a criminosa na tentativa de golpe de Estado em 2022.
O procurador-geral solicitou a condenação de Jair Bolsonaro, Alexandre Ramagem, Augusto Heleno, Anderson Torres, Almir Garnier, Walter Braga Netto, Paulo Sérgio Nogueira e Mauro Cid, que também é delator do caso.