O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Floriano de Azevedo Marques disse que a reunião do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com cerca de 70 embaixadores em julho de 2022 tinha intenções eleitoreiras, ao votar a favor da inelegibilidade do ex-chefe do Executivo.
O placar, até o momento, está 2 x 1 a favor da condenação de Bolsonaro.
"A performance patenteou-se menos como chefe de Estado e mais como comportamento típico de campanha eleitoral", disse o ministro durante o julgamento do ex-mandatário na Corte Eleitoral, que continua na manhã desta quinta-feira (29).
Floriano também afirmou que "a apresentação e o conteúdo" do encontro onde Bolsonaro fez críticas às urnas eletrônicas e tentou disseminar informações falsas sobre o processo de votação "confere abuso e desvio de finalidade".
No voto, o ministro ainda criticou o uso do Palácio da Alvorada para realizar a reunião e pontuou que o episódio foi combinado às pressas. "Não se tratou de evento inserido na agenda das relações institucionais externas brasileiras".
"Não digo que não caiba ao presidente da República realizar reuniões de trabalho no Alvorada, porém é incompatível com o argumento que a reunião se tratou de mero ato regular ao fazer-se de improviso na residência oficial", continuou.
"Concluo, portanto, que houve abuso de poder e desvio de finalidade", acrescentou Floriano ao emitir seu voto a favor da inelegibilidade do ex-mandatário. "[Bolsonaro] mobilizou todo o poder de presidente da República para emular sua estratégia eleitoral em benefício próprio, agindo de foma anormal, imoral e de sobremaneira grave pelas premissas e consequências que adiante se verá".
Bolsonaro é alvo de ação que o acusa de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação após a reunião com embaixadores meses antes das eleições.
A reunião ocorreu em julho de 2022 e foi transmitida no canal oficial do governo, assim como nas redes sociais do ex-mandatário.
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