Em depoimento à Polícia Federal nesta quarta-feira (26) , o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que publicou sem querer um vídeo em que contesta o sistema eleitoral . A postagem ocorreu dois dias após os atos golpistas na sede dos Três Poderes no dia 8 de janeiro .
Bolsonaro ficou cerca de 2 horas na corporação prestando depoimento para o inquérito que investiga quem são os autores intelectuais da invasão golpista. Os esclarecimentos à Justiça foram determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
"Este vídeo foi postado na página do presidente Facebook quando ele tentava transmitir para o seu arquivo de WhatsApp para assistir posteriormente. Por acaso, justamente nesse período, ele estava internado em um hospital em Orlando", afirmou o advogado do ex-presidente, Paulo Cunha Bueno, que o acompanhou no depoimento.
"Foi feita de forma equivocada. Tanto que pouco depois, duas ou três horas depois, ele foi advertido e imediatamente retirou a postagem", completou Bueno.
Bolsonaro chegou pouco antes das 9h na sede da Polícia Federal em Brasília e saiu perto das 11h. Além de Paulo Cunha, ele estava acompanhado do advogado Daniel Tesser e do ex-secretário de Comunicação Social, Fábio Wajngarten.
O ex-presidente foi incluído no inquérito dos atos golpistas dois dias após a invasão, após investigadores considerarem que havia ligação entre o vídeo postado por Bolsonaro e os vândalos do dia 8 de janeiro.
Segundo o Ministério Público Federal, a publicação 'parece configurar uma forma grave de incitação, dirigida a todos seus apoiadores, a crimes de dano, de tentativa de homicídio, e de tentativa violenta de abolição do Estado de Direito'.
8 de janeiro
Os prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF) foram invadidos por bolsonaristas na tarde de 8 de janeiro. Eles protestaram contra a vitória de Lula e o uso das urnas eletrônicas.
Cerca de mil pessoas foram presas e levadas para a carceragem da Polícia Federal na capital. Algumas já foram liberadas por decisões do STF, enquanto outros ainda aguardam o pedido de habeas corpus.
Nesta semana, o STF tornou réus os primeiros 100 suspeitos de participarem dos ataques. Outros 200 golpistas estão tendo os casos analisados desde ontem (25).
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