Ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro disse ter usado os próprios lençóis no Palácio da Alvorada
Reprodução / Instagram - 16.04.2023
Ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro disse ter usado os próprios lençóis no Palácio da Alvorada

Em publicações nas redes sociais, a  ex-primeira dama Michelle Bolsonaro (PL) disse que os móveis retirados do Palácio da Alvorada eram seus, ao responder perguntas dos seguidores. Ela afirmou que as peças que pertencem à União estão no depósito da residência oficial.

Nos stories do Instagram, Michelle  ainda disse que os lençóis usados durante os quatro anos da gestão do  ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foram trazidos de sua casa no Rio de Janeiro.

Na semana passada, a Presidência da República informou que, dos 261 móveis do Palácio da Alvorada que foram dados como desaparecidos no início do ano, durante os atos antidemocráticos de 8 de janeiro , 83 (32%) ainda não foram localizados. 

Sem citar o  presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou a primeira-dama, Janja da Silva , Michelle ironizou as cobranças e sugeriu a abertura de uma "CPI dos Móveis".

"Esses móveis estão ou no depósito 5 do Palácio da Alvorada ou no depósito da Presidência. Existem esses depósitos, com várias cadeiras, sofás, mesas, quadros, e você pode fazer esse rodízio. Quando a Marcela Temer me apresentou o Alvorada, em 2018, ela me falou dessa possibilidade e da possibilidade de eu trazer os meus móveis da minha casa e poder utilizá-los no Alvorada", afirmou a presidente do PL Mulher em vídeo nas redes.

Ela ainda afirmou ter dormido na cama do Alvorada por seis meses, até a mudança da sua casa chegar em Brasília.

"Então nós tiramos os móveis, colocamos esses móveis no depósito, eu coloquei os móveis do meu quarto e os móveis da sala", acrescentou. "Então, que fique bem claro, que os móveis que saíram do quarto e da sala eram os móveis da minha casa, minha casa no Rio de Janeiro, assim como mostro nos registros de Natais, de momentos em família, e eu tenho como provar."

Na primeira semana do terceiro mandato de Lula , Janja abriu as portas do Alvorada, em entrevista à GloboNews , e mostrou a má conservação do local, que estava com infiltrações, janelas quebradas, além de danos em tapetes e estofados dos sofás.

Entre os problemas identificados pela nova gestão, estava o desaparecimento de algumas peças do mobiliário, além de esculturas e obras de arte. Em decorrência dos danos identificados no local, a mudança de Lula e Janja foi  adiada e ocorreu somente em meados de fevereiro.

O estado de conservação da residência foi a justificativa apresentada pela Secretaria de Comunicação para uma série de compras feitas para o local pelo novo governo.

"A ausência de móveis e o péssimo estado de manutenção encontrado na mobília do Alvorada exigiram a aquisição de alguns itens. Os móveis adquiridos agora integram o patrimônio da União e serão utilizados pelos futuros chefes de Estado que lá residirem", afirmou a Secom em nota. "Se o Palácio não tivesse sido encontrado nas condições em que foi, não teria sido necessário efetuar a compra de móveis."

Embora Michelle não tenha mencionado Lula ou Janja nos stories, ironizou "os que pregam a humildade, a simplicidade, não querem viver no simples", e que estariam "zombando e brincando com o dinheiro do contribuinte".

"Nós ficamos por quatro anos no Alvorada, nós não fizemos nenhuma licitação de enxoval. Não tinha uma roupa de cama descente. Usei os meus lençóis na minha cama porque eu entendi o momento que nós estávamos vivendo. Agora eu sugiro a CPI dos Móveis da Alvorada", disse a ex-primeira-dama.

Depois de responder o seguidor que havia a questionado sobre os móveis, ela publicou fotos de festas no Alvorada para mostrar que as peças seriam suas.

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