O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI) , disse que a questão da desconfiança nas urnas eletrônicas "está superada" para o segundo turno das eleições 2022 . Nogueira, que é um dos principais coordenadores da campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) , afirmou estar certo da vitória do mandatário.
O ministro, no entanto, disse ainda não ter visto o relatório das Forças Armadas sobre a possibilidade de alguma fraude no sistema de votação no primeiro turno . "Não tive acesso. Não acho que a gente vai ter surpresa nisso, não. Eu acho que isso é uma pauta superada. A última coisa com que eu me preocupo é isso aí", disse ele, em entrevista ao Valor Econômico .
De acordo com Nogueira, Bolsonaro também já "superou" o tema. O chefe do Executivo atacou diversas vezes as urnas eletrônicas sem apresentar qualquer prova de fraude no sistema eleitoral .
Em evento na cidade de Pelotas (RS) nessa terça-feira (11), o mandatário voltou a colocar em xeque a segurança do processo . Na ocasião, Bolsonaro teceu críticas indiretas ao resultado do primeiro turno e disse que seu adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) , "não tem ninguém" ao seu lado. Segundo o presidente, "todos desconfiam" do resultado da primeira parte do pleito eleitoral.
"No próximo dia 30, de verde e amarelo, vamos votar e vamos permanecer na região da seção eleitoral até a apuração dos resultados. Tenho certeza que o resultado será aquele que todos nós esperamos, até porque o outro lado não consegue reunir ninguém. Todos nós desconfiamos. Como pode aquele cara ter tantos votos, se o povo não está ao lado dele", afirmou a apoiadores.
Lula e Bolsonaro disputarão o segundo turno das eleições no próximo dia 30 de outubro. Na primeira rodada de votação, o petista teve 57.259.504 votos (48,43%), ficando em primeiro lugar, seguido pelo atual mandatário, que atingiu 51.072.345 dos votos (43,20%) .
Na entrevista, Nogueira também disse que, apesar de o presidente ter ficado em segundo lugar no primeiro turno, está "bem mais convicto" de que vai ganhar no próximo dia 30.
"Eu acho que o presidente está bem mais convicto de que vai ganhar a eleição. Eu acho que ele superou essa história de urna, estamos virando essa página. A população agora está confiando mais no sistema. E eu acho que o papel do Exército foi muito importante para dar a credibilidade para as pessoas que não acreditavam. Eu acho que o presidente hoje está cada vez melhor", afirmou.
O ministro conta com a virada de votos em Minas Gerais, após o apoio do governador reeleito no estado, Romeu Zema (Novo) , com uma ampliação na vitória de Bolsonaro em São Paulo, além de um esperado aumento na abstenção eleitoral no Nordeste — onde Lula tem larga vantagem sobre o atual mandatário .
"Se acontecer o que aconteceu em 2018, só isso, a vantagem do Lula vai cair de 6 milhões para 2 milhões de votos", disse Nogueira.
Ao jornal, o ministro também disse acreditar que as pesquisas de intenção de voto divulgadas, que mostravam o petista à frente da corrida eleitoral com 16 pontos de vantagem , influenciaram no voto de muitos eleitores no primeiro turno.
"O que aconteceu com os institutos de pesquisa não foi normal, não foi margem de erro, a diferença foi de 10 milhões de votos. isso terá que ser explicado depois da eleição. Ou tem que rever totalmente a forma de fazer pesquisa ou houve um direcionamento. A grande força eleitoral do presidente hoje é que essas pessoas se sentiram ludibriadas. Uma parcela da população vota em quem vai ganhar, e tentou-se criar essa situação."
Entre no canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo. Siga também o perfil geral do Portal iG.