Ex-governador do RS, Eduardo Leite (PSDB) irá negociar com Sergio Moro
Reprodução - 28.03.2022
Ex-governador do RS, Eduardo Leite (PSDB) irá negociar com Sergio Moro

Após o  ensaio de João Doria (PSDB) para deixar a disputa pela presidência no dia de ontem (31), Eduardo Leite (PSDB), ex-governador do Rio Grande do Sul , decidiu negociar com a terceira-via. Ele irá se reunir com o agora filiado do União Brasil, Sergio Moro, neste sábado (02).

"Encontro com ele amanhã de manhã em São Paulo. Já tínhamos combinado essa conversa antes deste anúncio dele de ontem. Vamos conversar sobre as perspectivas futuras", disse Leite ao Estadão.

O dia de ontem foi conturbado na política . Pela manhã, João Doria anunciou que desistiria de disputar a Presidência da República. Mais tarde, Sergio Moro declarou sua filiação ao União Brasil e a desistência da corrida presidencial .

"Para ingressar no novo partido, abro mão, nesse momento, da pré-candidatura presidencial serei um soldado da democracia para recuperar o sonho de um Brasil melhor", afirmou o ex-juiz em nota.

Pouco depois do anúncio de Moro, durante uma coletiva no Palácio dos Bandeirantes em São Paulo, João Doria recuou, permaneceu na disputa presidencial e renunciou ao governo do Estado , após 3 anos e 3 meses de gestão.

O tucano deixa o cargo para o vice, Rodrigo Garcia (PSDB). Nas eleições, o partido deve apostar no nome de Garcia para concorrer ao governo de SP.

Em discurso, Doria lançou crítica contra seus adversários na disputa eleitoral e se posicionou como alternativa entre o "petismo e bolsonarismo". 

"Nem Bolsonaro, nem Lula tem a confiança da maioria dos brasileiros. Estamos em uma disputa dos rejeitados. Agora é hora do voto ser a favor do Brasil. A pressão dessa forças, tem tornado difícil a construção de uma aliança nacional contra os erros do petismo e do bolsonarismo [...] A partir do próximo dia 2, estarei do lado de vocês para mostrar que existe uma nova alternativa para o Brasil", afirmou. 

Segundo aliados, a trama de Doria seria por conta de uma crise interna no partido e falta de apoiadores na legenda. Há uma pressão contra o ex-governador paulista comandada pelo deputado Aécio Neves (MG) e pelo senador Tasso Jereissati (CE), que preferem que Leite seja a opção do PSDB para disputar a presidência.

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Ao tentar permanecer no governo de SP e desistir da presidência, o paulista teria frustrado Bruno Araújo, líder do PSDB, que já vinha tentado conter o movimento de Leite e reforçar apoio a Doria.

Com a possível desistência de João Doria, o presidente do partido liberou o ex-governador gaúcho para negociar com outros partidos uma eventual candidatura presidencial.

Na última quinta-feira, ao deixar o cargo de governador do Rio Grande do Sul para Ranolfo Vieira (PSDB), seu vice, Leite fez um discurso indicando que mantém a intenção de ser candidato a presidente.

"Eu não saio, eu me apresento. Me apresento para cumprir meu papel como cidadão, como representante de uma nação que não se conforma como uma armadilha política que se montou contra o próprio Brasil", afirmou o gaúcho. "Eu me apresento com ânsia de futuro, com desejo de mudança, disposto a trabalhar politicamente de forma determinada em torno de uma agenda que ofereça as melhores perspectivas para todos.”

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