Ciro Gomes rejeitou conversa por unanimidade na terceira via
Divulgação/ PDT
Ciro Gomes rejeitou conversa por unanimidade na terceira via

O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, disse nesta sexta-feira que é favorável a dialogar com candidaturas que se contraponham ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-presidente Lula (PT), mas excluiu deste grupo o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) , e o ex-ministro Sergio Moro (Podemos) . Em entrevista à rádio Tiradentes, do Amazonas, Ciro classificou Moro e Doria como "viúvas de Bolsonaro".

O pedetista admitiu, no entanto, que tem intenção de estreitar conversas com o PSD e o União Brasil em busca de alianças para a campanha presidencial , que em seu entendimento só devem se cristalizar em julho. O União Brasil, presidido por Luciano Bivar, tem participado de conversas com MDB, PSDB e Podemos para uma possível candidatura única deste bloco.

— Quero ver se me reúno com todas as não viúvas do Bolsonaro. Não tenho nada a ver com Moro, com Doria, que são as viúvas de Bolsonaro. Estou em outra — declarou Ciro na entrevista.

O PSD, sigla dirigida por Gilberto Kassab, busca lançar como presidenciável o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, hoje no PSDB . Kassab tem afirmado que seu partido terá candidatura própria e não mostrou interesse em participar de articulações com outros partidos da chamada terceira via.

Nos estados, lideranças do PSD têm manifestado apoios a Lula e, em menor escala, a Bolsonaro. O partido também tem indicações de cargos no governo federal, em órgãos como a Funasa.

Já o União Brasil foi formado pela fusão entre PSL, partido que abrigou a candidatura de Bolsonaro em 2018, e DEM. Reportagem do jornal "Folha de S. Paulo" nesta sexta-feira apontou que Bivar tenta atrair Ciro e o PDT para as conversas de unidade mantidas com MDB e PSDB. O Podemos não participou das primeiras reuniões, mas também está no radar do grupo.

— Tenho conversado com PSD do Kassab e com União Brasil. Isso é consequência de aliança que já fizemos na eleição municipal de 2020, quando apoiamos (Alexandre) Kalil (do PSD) em Belo Horizonte e (ACM) Neto (do União Brasil) em Salvador — disse Ciro.

Em alguns estados, o PDT já costura alianças com União Brasil e PSD para as eleições a governo e Senado neste ano. No Rio, por exemplo, o pré-candidato pedetista Rodrigo Neves, ex-prefeito de Niterói, firmou acordo com o pré-candidato do PSD, Felipe Santa Cruz, e ambos buscam ainda atrair o União Brasil, hoje mais próximo do governador Cláudio Castro (PL).

Na Bahia, o PDT tende a apoiar a candidatura de ACM Neto ao governo e busca indicar o vice na chapa. Em 2020, o partido indicou Ana Paula Matos como vice-prefeita na chapa de Bruno Reis (União), apoiado por Neto, em Salvador. O PSD, por outro lado, tem o senador Otto Alencar como candidato à recondução no estado em aliança com o PT.

No Ceará, houve um esforço para que os três partidos estivessem juntos sob uma chapa encabeçada pelo PDT, da vice-governadora Izolda Cela, mas o União Brasil deve lançar o candidato oposicionista Capitão Wagner. O PSD busca indicar o vice na chapa pedetista.

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