Eduardo Leite pode concorrer a presidência pelo PSD
Reprodução: redes sociais - 14/03/2022
Eduardo Leite pode concorrer a presidência pelo PSD

Lideranças do  PSDB divulgaram nesta sexta-feira uma carta em que pedem que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite , fique na sigla e desista de voltar à corrida presidencial pelo PSD de Gilberto Kassab.

O documento conta com a assinatura de 28 integrantes do PSDB e foi articulado pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Um dos principais nomes que avaliza a carta é o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, que estava afastado de Leite desde que o gaúcho intensificou sua aproximação com Kassab.

Araújo coordena a pré-campanha de Doria a presidente e hoje é um dos poucos no partido a manter boas relações com todas as alas em meio a um cenário de guerra interna. Além de Araújo, outros ex-presidentes da sigla se manifestaram a favor de Leite: Pimenta da Veiga, Teotônio Vilela, José Aníbal, o deputado federal mineiro Aécio Neves e o senador José Serra (PSDB-SP).

O principal entusiasta do movimento "fica, Leite" é Aécio, que é desafeto do governador João Doria. Aécio tem defendido que Leite concorra à presidência pelo PSDB no lugar de Doria mesmo após o paulista vencer as prévias. Doria ainda não conseguiu se viabilizar nas pesquisas de intenção de voto e sofre com alta rejeição do eleitorado.

Chama atenção ainda que o documento pró-Leite tem inclusive o apoio de aliados do governador João Doria. Ele, porém, não assinou a carta. Quem o fez foi um dos seus apoiadores mais fiéis: o presidente do diretório estadual de São Paulo, Marco Vinholi.

Mas não só. Há ainda outros casos de parlamentares próximos a Doria e que trabalharam pelo paulista nas prévias e que também endossaram a permanência do gaúcho. Foi o caso do deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP), da senadora Mara Gabrili (PSDB-SP) e do deputado federal Nilson Pinto (PSDB-PA).

O gesto dos aliados de Doria não são por acaso. A entrada de Leite na disputa da terceira via pelo PSD poderia fragmentar mais ainda o campo de centro e dificultar o caminho do paulista.

Em um dos trechos do documento, os tucanos dizem a Leite que não admitem a possibilidade de sair do partido em um momento "crucial" da história do país em meio aos "extremos" representado pela polarização entre o ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro.

Veja a íntegra do texto da carta:

Caro governador Eduardo Leite. Nos orgulhamos da sua trajetória: vereador, prefeito, governador do Rio Grande do Sul, sempre pelo PSDB, sempre tucano. Em todas essas etapas, de uma escalada absolutamente exitosa, encontramos sua marca registrada, composta pelas necessárias virtudes para o exercício da política: honradez, compromisso, determinação, preparo e competência. O futuro do Brasil está em jogo! Outubro se avizinha. O momento é de união em torno de um projeto que recoloque a Nação no caminho certo. A maioria dos brasileiros, cansada de tanto extremismo, está à espera do retorno à normalidade, e, nessa direção, de alguém que possa liderar uma campanha, ao mesmo tempo, empolgante, propositiva e viável. Não admitimos a possibilidade de o perdermos, nesse momento crucial para a história do Brasil. O movimento cresce, reuniremos as forças necessárias, a missão será dada, e, certamente, como de costume, vitoriosamente cumprida.

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