Parlamentares e personalidades vinculadas ao bolsonarismo protocolaram junto à ONU Mulheres Brasil um pedido contra o deputado estadual Arthur do Val (sem partido). O documento pede a verificação de possíveis "violações aos direitos humanos e à situação da mulher" feitas pelo deputado em áudios vazados na semana passada . Na gravação, do Val diz que mulheres refugiadas são "fáceis porque são pobres".
Entre os nomes que assinam o pedido estão o da deputada federal Carla Zambelli (União Brasil), deputados estaduais do PL, como Danilo Balas, Valéria Bolsonaro, Gil Diniz, o cantor Netinho e a vice-governadora de Santa Catarina, Daniela Reinehr. Desde que os áudios foram revelados , perfis bolsonaristas movimentam as redes sociais sobre o tema. Do Val é ex-membro do Movimento Brasil Livre , e recentemente havia se filiado ao Podemos , partido de Sérgio Moro, adversário do presidente.
O Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou na última quarta-feira a unificação das 19 representações pedindo a cassação do mandato de Arthur do Val por quebra de decoro parlamentar. Outros dois pedidos, em vias de serem protocolados, serão automaticamente apensados quando chegarem à comissão. Segundo levantamento do GLOBO, mais da metade dos deputados da Alesp se mostram favoráveis à cassação do mandato de Do Val.
Em carta enviada aos colegas na terça-feira, Do Val disse que é "justo e necessário" haver uma punição por suas falas machistas, mas afirmou que a cassação, como pedem os deputados, é "excessiva" . O parlamentar enfrentou uma espiral de repúdio e cancelamentos. Além de perder a namorada, o deputado viu seu aliado Sergio Moro romper com seu grupo político e ser ameaçado de expulsão no Podemos. Antes, ele mesmo apresentou seu pedido de desfiliação, que foi acatado pela sigla. Do Val também anunciou a saída do MBL .